Adriana Izel
postado em 09/12/2018 06:20
Defensor do meio ambiente, o diplomata e artista indiano Abhay K tomou Brasília como fonte de inspiração. Para ele, a capital brasileira é a prova de como concreto e natureza podem coexistir. A cidade foi musa dos poemas dele no livro A profecia de Brasília, lançado em abril deste ano, e é retomada nos quadros da exposição Um planeta, em cartaz na Biblioteca Nacional de Brasília. Mas não é apenas Brasília que é retratada nas 20 pinturas a óleo expostas. O diplomata viajou o mundo todo e reúne a bagagem visual que acumulou pintando países diferentes.
O objetivo dele é sensibilizar para todo o globo também como forma de preservar a própria espécie humana, ameaçada por várias crises relacionadas ao meio ambiente. Uma delas o artista chama de ;crise do concreto; e se refere à falta de vegetação nas grandes e cinzentas cidades.
Nos trabalhos de Abhay, os tons que remetem à natureza ganham destaque. Sobretudo, o verde: uma cor constante tanto em suas pinturas quanto na paisagem brasiliense. ;A maioria dos centros urbanos tem muito concreto e pouco verde. O plano de Brasília foi muito pensado no meio ambiente, com grandes espaços abertos que abrem para muito verde, muito ar. A natureza não foi completamente aterrada na cidade;, elogia. O tema não é novo nos trabalhos de Abhay. Desde que aprendeu a pintar, em viagem diplomática à Rússia entre 2005 e 2010, ele colore as telas com os tons da vegetação. Com a arte, ele engrossa o coro que luta contra ;mudança climática, poluição ambiental, matança da biodiversidade, extinção de espécies, todas essas crises ecológicas. Esses temas são muito importante para a sustentabilidade e por isso o abordo;, explica.
O amor pelo meio ambiente foi tão grande que o artista chegou até a escrever o Hino da Terra, traduzido em 30 línguas do mundo. Entre outros trabalhos, estão as poesias brasileiras que ele verte para o inglês, como forma de divulgar a cultura do país pelo qual é apaixonado e se preocupa.
;Como dizem, o Brasil é o pulmão do mundo e guarda uma enorme diversidade, por isso é muito importante advertir para uma consciência ambiental aqui;, diz. ;Nós podemos mudar de cidade, de país, de continente, mas não podemos mudar de planeta;, alerta.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco