Guilherme Abarno*
postado em 24/11/2018 07:30
Com o primeiro álbum gravado ao vivo no Estúdio Refinaria, em outubro, a banda Haynna & Os Verdes, formada em 2013, lançou disco intitulado com o nome da banda. Pensando em unir músicos de diversos segmentos da música do Distrito Federal, o grupo convidou a rapper Lídia Dallet e o multi-instrumentista Dillo D;Araújo para se apresentar junto a eles em show, previsto para ser realizado na noite de ontem.
Outra grande atração foi o protagonismo de pessoas negras, em referência à semana da Consciência Negra, na equipe, os artistas, intérprete de libras, além da apresentadora e mestra de cerimônias Maria Gabrielli. ;Como sabemos que precisamos avançar muito ainda na questão racial, precisamos reapropriar as narrativas e ocupar todos os espaços artísticos;, comentou a vocalista Haynna.
Composto pelo guitarrista e produtor Betinho Matuszewski, pela cantora Haynna Jacyara (dona de uma voz marcante), pela tecladista Daniela Vieira, pelo baterista Jhonata Pikeno e pelo baixista Rian Johnson, o grupo Haynna & Os Verdes foi formado após a chegada da cantora piauiense Haynna a Brasília. Aqui, a moça firmou parceria com Betinho Matuszewski, com o objetivo de difundir a música autoral para o maior número de pessoas. Haynna & Os Verdes é uma banda de rock alternativo, com muitas influências da música brasileira contemporânea, do blues, do brega e da psicodelia.
Na parceira com Haynna & Os Verdes, Dillo apresentou o novo projeto, intitulado GuitarrÁfrika, que une sons de dois continentes na guitarra. ;Meu projeto novo, que estou pré-lançando, pretende fazer uma fusão da guitarrada de Belém do Pará com matrizes rítmicas afros;, comentou. ;Fiquei muito contente (com a parceria com a Haynna) porque é uma banda de cidade-satélite. Então, a gente se identifica, pois somos uma banda de Taguatinga;, finalizou o líder do GuitarrÁfrika.
Criada em Ceilândia, a rapper Lídia Dallet introduziu a sonoridade do gênero ;Ceilândia latin jazz;, proposta de Diário, seu primeiro álbum de rap. ;Mistura a identidade do rap ceilandense, com brasilidade, latinidade, influências do negro espiritual e outros elementos ;, explicou a rapper. ;Haynna é uma artista que admiro e na qual me referencio. Mulher, piauiense, roquista e de um timbre que é um presente para todos nós. Foi nossa paixão pela arte que nos aproximou mais uma vez.;, comentou Lídia.
;Sempre quando produzimos eventos, buscamos promover múltiplas linguagens, para diversificar o público, as estéticas. Lídia é uma grande artista e, como nós, também é periférica e tem um trabalho incrível, um estilo que descreve como Ceilândia latin jazz. É uma mulher negra, lésbica, como eu, e do rap, mas o som dela é universal. Já o projeto GuitarrÁfrika definimos pela também forte admiração pelo Dillo, pela consciência artística que ele tem, pela generosidade dele e, além disso, buscamos integrar a linguagem da música instrumental. Ou seja, dar visibilidade e protagonismo para artistas múltiplos da incrível cena contemporânea autoral brasiliense;, explicou Haynna.
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* Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader