Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Ingrid Guimarães celebra o humor em série documental no canal Viva

Atriz também está no ar na tevê, em cartaz com 'Annie' e a espera da estreia de 'De pernas pro ar 3'

;Como vou envelhecer fazendo comédia?; Esse foi o questionamento que levou a atriz, apresentadora e comediante Ingrid Guimarães, que tem mais de 30 anos de carreira e 46 de idade, ao material que deu origem à série documental Viver do riso, que estreou em 27 de outubro no canal Viva e que presta um tributo a história do humor no Brasil em 10 episódios e com a participação de 90 artistas do cenário. O programa é exibido aos sábados, às 19h15.

;Sempre tive a tristeza de ver como o comediante nunca é homenageado como são os atores que fazem drama. Somos vistos como algo menor. Se eu faço rir, só por isso não vão me levar a sério. Fazer o outro rir é uma das atitudes mais nobres da vida;, analisa a artista em entrevista ao Correio.

O primeiro trabalho de humor de Ingrid Guimarães foi no programa Chico total, de Chico Anysio. A partir daí ela se enveredou pelo terreno da comédia e atuou em produções como Sai de baixo, Os normais, Escolinha do Professor Raimundo, Zorra total, Sob nova direção, 220 volts e Chapa quente. Para ela, a grande virada no cenário humorístico foi quando, ao lado da amiga e também comediante Heloísa Périssé, lançou o espetáculo Cócegas. ;Quando eu fiz Cócegas com a Heloísa e a Mônica Martelli fez a peça dela (Os homens são de marte... E é pra lá que eu vou!), nós mulheres, começamos a contar a nossa história (no humor). Saímos do papel de subjugadas e de estereótipo;, revela a atriz.

Até esse momento, no começo dos anos 2000, Ingrid sentia na pele que o papel da mulher no humor era sempre o mesmo: ou de gostosa, ou da feia e burra. Isso a motivou a iniciar o programa Viver do riso com um capítulo dedicado às mulheres. ;Eu quis começar com um programa da mulher no humor para contar a nossa história de saída do papel subjugado. É muito importante contar e mostrar o papel da mulher no humor e na sociedade, que não foi criada para ser engraçada, rir de boca aberta. Ser engraçada não era sinal de boa moça, era sinal de moça louca;, lembra.

O programa aborda ainda outros aspectos do gênero no Brasil, homenageando Chico Anysio e Jô Soares e destacando temas pertinentes ao humor brasileiro, tudo isso com a ajuda de artistas do cenário como Marcelo Adnet, Miguel Fabella, Fafy Siqueira, Marisa Orth, Gregório Duvivier e Fernanda Young. ;Foi muito emocionante, porque as pessoas gostam de ser ouvidas e a comédia nunca é ouvida. Foi muito importante pensar e repensar a comédia e perceber que se estamos aqui é porque veio alguém antes. Foi lindo ver como todos os comediantes homenagearam uns aos outros e se reverenciaram o tempo todo;, defende. ;Pra mim já valeu. As pessoas estão se sentindo representadas, tem muita mensagem linda. Foi bonito perceber como o fato de a gente sentar e ouvir uns aos outros é revolucionário;, completa.

Outros projetos

Além de ter estreado a série documental no Viva, Ingrid Guimarães está no ar desde 11 de outubro no elenco do programa Os melhores anos das nossas vidas. A atração é uma espécie de game show apresentado por Lázaro Ramos, em que cada ator e apresentador representa uma década. São eles: Marcos Veras (1960), Marco Luque (1970), Lúcio Mauro Filho (1980), Ingrid Guimarães (1990) e Rafa Brites (2000).

;Acho que foi uma sorte divina. O meu programa (Viver do riso) é mais profundo sobre memória, enquanto Os melhores anos das nossas vidas é um programa leve, de auditório, que lembra muito os programas do passado. Acabei ficando com os anos 1990 e é muito legal, porque é como uma memória que você traz de si, uma coisa afetiva e de lembranças. Nesse momento que estamos vivendo é importante falar de memória;, reforça Ingrid.

Teatro


Ao mesmo tempo que está em uma dobradinha na televisão, a goiana ainda está em cartaz em São Paulo no teatro com o musical Annie. Na produção, ela lidera o elenco dando vida à vilã Hannigan, a megera diretora do orfanato retratado na história e onde vive Annie. ;Annie também tem a ver com memória afetiva. Era um sonho de infância fazer esse filme. Assisti mais de mil vezes. É um grande musical. É muito bonito. É um projeto enorme com orquestra de 17 músicos, 40 pessoas no palco, não perde em nada para espetáculos da Broadway. Tem sido um desafio, pois estou cantando e dançando pela primeira vez no palco;, revela.

A versão brasileira de Annie, o musical é inspirada na história homônima, que já ganhou as telonas e os palcos da Broadway, e retrata a vida de uma órfã de 11 anos na década de 1930 em plena crise durante o governo de Franklin Delano Roosevelt. A produção ficará em cartaz na capital paulista até janeiro.

Para 2019 é aguardada a estreia nos cinemas do terceiro filme da franquia De pernas pro ar, iniciada por Ingrid Guimarães nas telonas em 2010. ;Finalmente lanço De pernas pro ar 3. Estou super na expectativa. Também é um filme que não perde em nada para os gringos. Ele foi todo feito em Paris. É espetacular;, garante Ingrid. Na sequência, Alice Segretto roda o mundo com o sucesso da Sex Delícia e se vê sem tempo para o marido e os filhos. Cansada de tudo isso, ela decide se aposentar e entregar o comando dos negócios para a mãe, porém uma competidora à altura surge e muda todos os planos.