Em quase 30 anos de carreira, o violonista Lula Galvão se destacou por emprestar o talento a trabalhos de grandes nomes das músicas brasileira e internacional. Ele atuou ao lado de, entre outros, Caetano Veloso, Chico Buarque, Edu Lobo, Ivan Lins, Guinga, Gal Costa, Nana Caymmi, Beth Carvalho, Rosa Passos, Henry Salvador, Ron Carter, Paquito D;Rivera, Sadao Watanabe, Lisa Ono e Carminho.
Por acompanhá-los em discos e shows, Lula acabou investindo bem menos em projetos próprios, embora tenha feito muitos shows solo e ministrado oficinas em vários países. Mas, em relação a disco, até recentemente, havia lançado apenas um: o Bossa da minha terra, em 2009, pela Biscoito Fino, no Brasil e no Japão, com a participação de Rosa Passos, Raul de Souza, Cláudio Rodit e Maurício Einhorn.
Agora, o instrumentista chega às lojas e às plataformas digitais com Alegria de viver, o segundo CD e o primeiro álbum de violão solo, gravado em Bonn (Alemanha), no ano passado. Nas 10 faixas, foram registradas composições de mestres da MPB da importância de Pixinguinha, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Edu Lobo e Guinga.
Em show hoje e amanhã, às 21h, no Espaço Cultural do Choro, Lula faz o lançamento do Alegria de viver, tendo como convidados o contrabaixista Daniel Castro e o baterista Di Stefano. Todas as músicas do disco estão reunidas no roteiro dessa apresentação e a elas se juntam outras que integram o repertório do Bossa da minha terra.
Lula Galvão
Show de lançamento do Alegria de viver, segundo CD do violonista, com a participação de Daniel Castro (violoncelo) e Di Stefano (bateria). Hoje e amanhã, às 21h, no Espaço Cultural Clube do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.
Entrevista / Lula Galvão
Que importância teve os primeiros oito anos de sua carreira, vividos em Brasília?
Da minha passagem pela Escola de Música, como estudante, ao início da carreira, tocando em casas noturnas, principalmente, acompanhando Rosa Passos no Degraus (bar e restaurante que existiu na 105 Norte), tudo foi muito importante para minha formação.
Rosa Passos é a artista com quem mais tem trabalhado?
Com certeza. Nos meus 28 anos de carreira, tomei parte, como músico e arranjador, em praticamente todos os discos de Rosa, inclusive, o mais recente que ela vai lançar agora em novembro; além de tê-la acompanhado em incontáveis shows.
Você tem sido requisitado para trabalhar com grandes nomes da MPB e da música internacional. Isso foi determinante para que deixasse um pouco de lado projetos individuais?
De certa forma, sim. Trabalhar com Edu Lobo, Chico Buarque, Guinga, Wagner Tiso, Jaques Morelembaum, Zé Renato, Rosa Passos, Joyce Moreno, Henry Salvador, Ron Carter e Paquito D;Rivera me deu muita bagagem. Mas, sempre que possível, tenho feitos shows solo, como este que vou apresentar agora em Brasília; além de workshops e oficinas no Brasil, Japão, Itália, Holanda e Austrália.
Bossa da minha terra, seu primeiro CD, foi uma ode à bossa nova?
Nesse primeiro disco, reuni criações de compositores brasileiros que foram responsáveis pelo surgimento da bossa nova entre eles, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, João Donato e Durval Ferreira; sem esquecer de João Gilberto, o grande intérprete desse estilo musical. Todos são reverenciados no exterior. Nesse trabalho tive vários convidados, entre músicos e intérpretes.
O Alegria de viver é o primeiro disco de violão solo. O que ele representa para você?
É um trabalho em que me coloco por inteiro, como arranjador e intérprete nas 10 faixas. As gravações foram a convite de um estúdio em Bonn, em 2017. O disco será distribuído na Europa, pelo selo alemão Delta Music. Aqui no Brasil, por enquanto, está disponibilizado nas plataformas digitais. Reuni clássicos da MPB, como Carinhoso (Pixinguinha), Jorge do Fusa (Garoto), Brigas nunca mais (Tom Jobim), Zanzibar (Edu Lobo), Céu e mar (Johnny Alf) e Alegria de viver (Luis Eça).