O cenário musical de Brasília é um grande caldeirão. A capital, que já foi do rock, agora é também de tantos outros estilos musicais. Ritmo predominante nas rádios, nos topos das paradas e nos eventos, o sertanejo a cada ano tem mais representantes autorais do Distrito Federal.
A região, que foi responsável por exportar Pedro Paulo & Matheus e Cleber & Cauan, agora tem novos nomes que estão ganhando espaço no cenário brasiliense e alçando oportunidades para além do quadradinho. ;Aqui em Brasília, o sertanejo é muito forte. Sempre vi isso. Apesar de ter o rótulo de capital do rock, o sertanejo vem dominando muito. Acho que Brasília está entre as capitais que mais têm duplas sertanejas;, analisa Ariel, da dupla Alisson & Ariel.
Naturais de Brasília, os irmãos começaram a carreira há 11 anos. Na época, eles tinham 14 e 12 anos e tocavam no bar do pai. ;Começamos mais por influência da família. Todo mundo sempre gostou de música sertaneja. Eu, particularmente, comecei no rock, ouvindo Raul Seixas e Legião Urbana. Mas meu irmão foi tomando gosto pela música, a gente foi seguindo pelo sertanejo mesmo;, lembra Ariel.
A maior projeção veio em 2012, quando tiveram um bom posicionamento em um concurso na Casa do Cantador, em Ceilândia. Dos mais de 700 participantes, a dupla figurou entre os 10 primeiros. ;A partir daí o projeto começou a crescer e estamos aí na luta até hoje;, conta.
Desde então, a dupla lançou dois discos: Meu vício, de 2011, e Alisson & Ariel, de 2014, esse último com composições de nomes como Marília Mendonça e Juliano Tchula. Atualmente trabalham no desenvolvimento de um DVD. ;Estamos preparando um DVD 100% autoral. Estamos elaborando ainda, porque queremos um repertório que seja a nossa cara, com a nossa história e nosso jeito;, completa o cantor e compositor.
Mercado receptivo
Criada há dois anos, a dupla Danilo & Daniel é outro nome que tem se destacado no cenário sertanejo de Brasília. Em setembro, os artistas abriram o show de Fernando & Sorocaba no evento de retorno do tradicional festival da Granja do Torto e tem figurado no line-up em casas de show voltadas para a música sertaneja.
;A gente cantava música baiana até que decidiu migrar para a música sertaneja. Hoje a gente faz shows em bares, casas de shows, confraternizações, sempre com um repertório que mescla o autoral com músicas de outros artistas;, revela Daniel.
Entre os projetos futuros da dupla está a gravação de um DVD. ;Estamos compondo e gravando músicas autorais. Queremos gravar um DVD, que provavelmente será gravado em Brasília;, explica Daniel. A escolha pela capital tem a ver com o fato da dupla ter feito carreira na cidade. ;A nossa relação com a cidade é muito boa. O público é bem aberto e é um mercado bem interativo. Temos muitas oportunidades, é um mercado bem receptivo;, completa o artista.
Representante feminina
No último ano, ela entrou para o casting de um escritório e a carreira deixou de ser amadora para se tornar mais profissional. Assim veio a maior repercussão dentro do cenário musical de Brasília. ;A princípio meu trabalho é mais de cover, mas estou querendo começar um projeto autoral. Quero ser reconhecida por algo que é meu;, revela.
Apesar de trabalho ser classificado como sertanejo, Larissa flerta com vários outros ritmos, como o pagode, o rap e até o funk. ;Só que a minha definição é sertanejo mesmo. Acho que esse é um ótimo momento (para um artista mulher). Essa é a hora de arriscar;, completa. ;Tenho muitos projetos em mente. Quero gravar clipes com artistas influentes da música sertaneja e sair um pouco de Brasília;, adianta Larissa, que é nascida e criada em Brazlândia e é artista fixa no projeto Quinta Já Pode, no Dallas Bar.