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Diversão e Arte

Roger Waters encanta público em show em MG; conteúdo político divide fãs

Mensagens no telão em tons políticos dividiu a população que aplaudiu e vaiou em alguns momentos. Diferente dos outros quatro shows feitos no Brasil, ele não projetou os dizeres Ele não. Rock entoado pelo artista encantou e emocionou os presentes

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Ao contrário dos quatro shows apresentados anteriormente no Brasil, não houve o famigerado Ele não. Roger Waters deixou o palco do Mineirão à meia-noite e 10 minutos aos gritos de Olê olê olê Roger, Roger. Regeu a plateia ao final da apresentação ao som do clássico Confortably numb, antes de deixar o público, de 51 mil pessoas, um tanto impactado pelas duas horas e meia de show.
Mas, mesmo sem os dizeres no telão, a uma semana das eleições e com tudo o que já ocorreu desde que Roger Waters deu início à turnê Us %2b Them no Brasil, não tinha como ser diferente em Belo Horizonte. O coro de Ele não foi ecoou no Mineirão por mais de uma vez ao longo das duas horas e meia do show.

Ora reinou sozinho, ora dividiu espaço com gritos de Ele sim, Fora PT. O mais relevante disto tudo é que Waters fez com que um show seja muito maior do que puro entretenimento.
Para além da divisão politica, o show é um acontecimento não só pelo conteúdo, mas também pela forma. Um telão nunca visto no estádio, com 66 metros de largura (praticamente a mesma de um campo de futebol) e o som surround fizeram com que o show parecesse um filme. Cada música conta sua própria história, por vezes com alguma ligação com outra. Mas, nada é gratuito e o show mesmeriza o público de tal forma que por vezes esquecemos da banda em cena.
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Waters só se dirigiu ao público ao fim do primeiro ato. Another brick in the wall levou ao palco 12 meninos e meninas da Escola Municipal Benjamin Jacob, no Sion. Encapuzados e com uniformes de presidiários, os meninos retiram a roupa durante o refrão. A camiseta com a palavra Resist, que sintetiza a turnê, surge nos meninos e meninas. Mais de um marmanjo ficou com lágrimas nos olhos.

Waters, ao falar com o público, elogiou o grupo de crianças, que havia ensaiado com ele somente no fim da tarde. Os gritos de Ele não dominaram o estádio neste momento.
No intervalo de 20 minutos, frases contra a opressão, principalmente de Israel contra a Palestina, levantaram à plateia. Mas, houve momentos de respiro, como em dois clássicos do Pink Floyd, The great gig in the sky e Wish you were here. No início do segundo ato outro momento de impacto. O vídeo tem início em meio a um cenário de destruição. Dele emerge a fábrica estampada na capa de Animals.

Com Pigs, nova surpresa. De máscara de porco, Waters levanta um cartaz ;Pigs rule the World; (Porcos dominam o mundo). Ele retira a máscara e empunha outro cartaz: Fuck the pigs (Fodam-se os porcos). A imagem de Donald Trump se multiplica em Pigs - como uma velha senhora, como um bebê chorão, como um porco, como um integrante da Ku Klux Klan. Enquanto isto um enorme porco inflável com os dizeres ;Seja humano; passeia pelo Mineirão.
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As mensagens vão se sobrepondo. Líderes mundiais símbolo da opressão são expostos durante Money; violência policial e guerras em Us and them; o prisma de Eclipse. Ao final, ele voltou a se dirigir a plateia, num discurso sobre a importância de sermos humanos, de como devemos nos preocupar com os outros e com o meio-ambiente.

Depois de BH, a turnê Us them ainda passa por três capitais brasileiras: Rio de Janeiro (dia 24, no Estádio do Maracanã); Curitiba (dia 24, no Estádio Couto Pereira); e Porto Alegre (dia 30, no Estádio Beira Rio.