Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Selo candango 'Subverso Records' investe em rappers do DF

O selo funciona no estúdio Phabrik Sound Design, na 316 Norte, uma casa de captação e gravação de conteúdos musicais e audiovisuais, e lançou, desde o ano passado, cinco vídeos com lyrics e um videoclipe



A paixão pela música e a certeza do poder agregador da arte e da cultura são os motores para um grupo de artistas do Distrito Federal que resolveu colocar a mão na massa e criar o próprio selo, a Subverso Records, para produzir a música autoral e local. A iniciativa reúne Vitera, Akao, Blind, Dandara, Mush, GMS, Panda, Mica, Qnoiz, PG, Lindo e P3drin.

;Entendo que, ainda mais neste momento de crise, de tensão, de incentivo ao ódio, a arte e a cultura são vieses de conscientização cultural. A arte salva;, afirma Mateus QNoiz, um dos artistas vinculados ao selo, sobre a motivação para manter ativo um projeto como esse.

Os primeiros passos da Subverso Records se deram ainda em 2013, quando o beatmaker João Brito, mais conhecido como JWeed, se juntou com um amigo, com o intuito de começar a produzir vídeos de artistas da cultura hip-hop.
A boa repercussão entre os artistas levou à formalização, em 2016, do selo Subverso Records. ;Foi ficando cada vez maior e mais abrangente. Hoje, temos o número máximo de artistas e profissionais filiados. Essas pessoas (filiadas ao selo) estão presentes toda semana, fazendo música, base de música, produção musical, recebendo auxílio audiovisual, além do agenciamento executivo de artistas;, revela Mano OPlantaE, administrador do estúdio Phabrik. Atualmente, o estúdio Phabrik Sound Design do selo é administrado por Pedro Albuquerque.

O selo funciona no estúdio Phabrik Sound Design, na 316 Norte, uma casa de captação e gravação de conteúdos musicais e audiovisuais, e lançou, desde o ano passado, cinco vídeos com lyrics e um videoclipe. Entre as produções estão os clipes de O alpinista, de 100$aliva, e de Além das máscaras, de QNoiz e Vitera, cada um com mais de 1,5 mil visualizações.

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O vídeo de maior destaque é o lyric vídeo de Refluxo, de Vitera, com produção de JWeed. ;A iniciativa do selo é de descentralizar e aumentar os núcleos de produção independente, que já estavam em ascensão no DF, já que hoje em dia é difícil depender das grandes indústrias;, analisa Mateus QNoiz.

Com a consolidação do selo, há uma série de projetos para este ano e para o próximo. Em novembro, no Dia da Consciência Negra, está previsto o lançamento do clipe Barbie Preta, da rapper Dandara. ;Temos outros clipes já gravados e temos previsão de lançamentos, além de estarmos com uma paleta de novos sons para 2019;, completa Mano OPlantaE.

Desafios
Criar um selo independente e próprio não é tão fácil quanto parece. Para conseguir manter o projeto, o grupo tem atividades paralelas, entre elas, workshops e atividades formativas relacionadas ao mercado fonográfico que são promovidas no estúdio. ;Aqui em Brasília, percebo que existe pouca informação, além de uma burocratização do empresariamento. O investimento no começo é muito alto, porque os equipamentos são caros e o retorno é muito a longo prazo. Com esses retornos virtuais, que é algo que está dominando Brasília, são difíceis de ganhar dinheiro;, explica Mateus QNoiz.

Porém, apesar dos desafios, os integrantes do selo entendem que esse é um projeto que vale a pena. ;O que me incentiva é porque isso faz parte da minha vocação. É o que eu tenho dentro de mim. Não consigo deixar de fazer o que eu gosto e amo, apesar das dificuldades;, conta JWeed. ;Sem a música, tudo seria preto e branco;, acrescenta OPlantaE.

Filiados ao subverso:

Vitera

Akao

Blind

Dandara

Mush

GMS

Panda

Mica

Qnoiz

PG

Luno
P3drin - MC do 100$aliva