Ricardo Daehn
postado em 04/10/2018 06:30
Embarcar no mundo do rock e nos bastidores de adultos com vidas errantes é uma constante na literatura do inglês Nick Hornby, nome da literatura por trás da criação do longa Juliet, nua e crua, uma das estreias de cinema na capital. Depois de quase 20 anos, quando despontou com livros recriados para o cinema, em produções como Um grande garoto e Alta fidelidade, Hornby vê o diretor Jesse Peretz (da série Girls) transcrever para a telona a história de Annie (Rosie Byrne), comodamente, acostumada com a relação mantida com Duncan (Chris O;Dowd).
Duncan parece levar uma vida bem diferente do esperado, tal qual o grande ídolo dele, o roqueiro Tucker (Ethan Hawke), sumido da rota do sucesso, há 25 anos, e que tem a fama reavivada, por meio da divulgação de uma gravação demo.
Filho da importante produtora de telenovelas mexicanas Carla Estrada, o jovem diretor de cinema Carlos López Estrada responde por outra estreia do circuito: Ponto cego. Em Oakland (Califórnia), em meio à reta final da liberdade condicional, Collin (Daveed Diggs) presencia, junto com o amigo Miles, uma troca de tiros que exalta ânimos de policiais.
Quase 45 anos desde a primeira adaptação para as telas, em filme estrelado por Dustin Hoffman e Steve McQueen, parte da vida de Henri ;Papillon; Charri;re volta a ser disposta na telona, agora em versão comanda pelo dinamarquês Michael Noer. Inocente, no caso de sua prisão, Papillon sofreu sucessivas ameaças de intensificação no confinamento em solitária, e persistiu firme em comprovar a injustiça, em trajeto que o levou a conviver entre índios e doentes.
Outra história de reabilitação está estampada em Mare Nostrum, terceiro longa-metragem do diretor brasileiro Ricardo Elias, há 12 anos fora do circuito comercial. O diretor investe em título que faz menção aos escritos de uma bandeira que ilustra parte da região enfocada na fita: Praia Grande, no litoral paulista. Desavenças, que datam quase 30 anos, entre familiares dos protagonistas agravam a crise interna de cada um deles. Buscam reconstrução na vida o desempregado jornalista Roberto (Silvio Guinadane) e Mitsuo (Ricardo Oshiro), vindo do Japão, depois de ser vítima da ação de um tsunami.
De origens diversificadas ; o alemão Os invisíveis e o argentino O futuro adiante ; trazem a promessa de boa diversão, para quem gosta de tramas de amizade e de persistência, mesmo em momentos de suprema provação. Assinado por Claus R;fle, o filme alemão investe num enredo, em meio à Segunda Guerra, quando, em 1943, houve quem ;celebrasse; o extermínio de milhares de judeus. Numa Berlim assustadora, convive uma força de resistência que visa estruturar uma defesa de cidadãos reprimidos.
Também derivado de período de arbitrariedades, o documentário brasileiro Histórias que nosso cinema (não) contava, criado por Fernanda Pessoa, trata, por meio de elaborada montagem, de temas dispostos nas pornochanchadas liberadas na época da ditadura.