Diversão e Arte

Chico César canta em Brasília neste sábado; leia entrevista com o artista

O cantor se apresenta na noite deste sábado, na AABB

Irlam Rocha Lima
postado em 15/09/2018 06:00

Atração da Festa dos Bancários, evento que o sindicato da categoria promove neste sábado (15), a partir das 21h, na AABB, Chico César está em tempo de celebração. Estado de poesia ; Ao vivo, o nono título de sua discografia, foi um dos vencedores da 29; edição do Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor álbum de pop rock.

Com uma estreita e afetiva relação com o público de Brasília, o cantor e compositor paraibano fecha a programação do evento com um show de canções que se tornaram marcantes na trajetória artística de Chico, iniciada, oficialmente, em 1995, quando lançou o CD Aos vivos. Entre elas estão: Mama África, À primeira vista, Onde estará o meu amor, Pensar em você e Estado de poesia. Antes dele, se apresenta a dupla sertaneja Henrique & Ruan e, no encerramento, o DJ Cacai Nunes.

Entrevista // Chico César

Do Jaguaribe carne aos dias de hoje, que avaliação faz da sua trajetória musical?
Sinto que minha música está ligada à minha vida. E isso dá sentido a ambas. Fiz os discos que quis fazer, com as músicas que quis gravar. Nunca gravei nada que não quisesse. Desse jeito, do meu jeito, minha música me levou aos cinco continentes, à voz de Lia de Itamaracá e de Sting, dos acampamentos do Movimento Sem-Terra aos palcos considerados mais sofisticados. Sou feliz e sinto coerência no processo todo.


O Aos vivos, até hoje reverenciado, se transformou num disco raro. Qual a importância dele para sua carreira?
Tenho muito sorte de não ter tido dinheiro para começar com um disco de estúdio e também tenho sorte de só poder gravar meu primeiro disco depois dos 30 anos de idade. Começar ao vivo em disco de voz e violão deu verdade à obra discográfica que ali se iniciava e a idade deu musculatura e maturidade ao artista, diminuiu a ansiedade natural aos mais novos.


De Mama África a Respeitem meus cabelos brancos são muitos os sucessos de sua lavra. Algum deles é o mais representativo e por quê?
Obviamente, Mama África e À primeira vista são muito representativas ,pois mostram, já na minha chegada, meu lado mais telúrico e combativo, a primeira; e mais amoroso, a segunda. Claro que, com o tempo, vão aparecendo outras canções que se tornam marcantes na relação de afeto com o público: Mandela, Pedra de responsa, Respeitem meus cabelos, brancos, Pensar em você, Onde estará o meu amor. Todas trazem essa marca, que passa a ser identificada como algo meu, mas não apenas meu: o social e o amoroso.


Com o Estado de poesia, você recebeu o troféu de melhor álbum de pop rock na 29; edição do Prêmio da Música Brasileira. Esse foi o seu trabalho mais bem avaliado?
Tenho a impressão de que Estado de poesia inaugura um novo momento no meu jeito de escrever, mais livre e em que o amoroso e o social se mesclam e se apoiam. Minha própria ;pegada;, antes mais associada ao violão, muda por eu assumir mais a guitarra como meu instrumento de base. E o fato de ter gravado tudo junto, tudo ao mesmo tempo, trouxe o palco para o estúdio. A espontaneidade e o fulgor do palco para o ambiente mais acurado do estúdio. É como se eu juntasse sem saber o Aos Vivos com o Cuscuz Clã, mas mais naturalmente maduro. Esse disco renovou meu repertório e meu próprio público. A ele sou imensamente grato.


;Amo o Brasil e sua pulsação. Adoro nosso tempo e de saber que estamos vivendo momentos históricos, fazendo história. Acho linda a multiplicidade que emerge dessa conturbação mesmo que possa assustar;


Que relação tem com Brasília, cidade onde você têm muitos fãs?
Tenho muito amor pelo Distrito, como gosto carinhosamente de chamar Brasília. Aqui, encontro gente de todo o Brasil ou, pelo menos, descendente de todo o Brasil. E, cada vez mais, gente nascida em Brasília, gerações de brasileiros-brasilienses com grande amor pelo Brasil.


Qual sua visão do Brasil, que ; sob vários aspectos ; vive tempos conturbados, às vésperas das eleições?

Amo o Brasil e sua pulsação. Adoro nosso tempo e de saber que estamos vivendo momentos históricos, fazendo história. Acho linda a multiplicidade que emerge dessa conturbação mesmo que possa assustar. Há cada vez mais protagonismo em setores antes silenciados: negros, mulheres, mulheres negras, trans, trans negros, indígenas. Isso se reflete nas artes e na política, o que dá ainda mais beleza e potência a tudo.

Chico César

Show do cantor e compositor neste sábado (15), às 21h, na AABB (Setor de Clubes Sul), na festa do Dia dos Bancários, promovida pelo sindicato da categoria. Há a participação também da dupla sertaneja Henrique & Ruan e do DJ Cacai Nunes. Ingressos a R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada).

Os bancários sindicalizados têm direito a dois convites, mediante a comprovação de sindicalização. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Teatro dos Bancários e nos pontos de venda:Bilheteria Digital no Pátio Brasil, Brasília Shopping e Conjunto Nacional.

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