Ricardo Daehn
postado em 06/09/2018 07:16
Não é caso de missa, apesar de envolver símbolos religiosos e de honrar a devoção de milhares de pessoas: A freira, que chega hoje aos cinemas, é mesmo um daqueles casos de filme de terror balizado por muita expectativa e real potencial de sucesso. Quase 16 milhões de espectadores assistiram aos longas-metragens anteriores da equipe montada para a realização de A freira.
Gary Dauberman, o roteirista escalado, respondeu, ao lado de dois colegas, pelo fenômeno do ano passado It: a coisa. Se o diretor de A freira Corin Hardy nem fez tanto sucesso com a estreia em cinema com A maldição da floresta, há três anos, o peso real do novo filme que mistura thriller e mistério a horror está na franquia Invocação do mal, iniciada há cinco anos. Além da ;icônica aura; à la Christopher Lee (de Drácula) e Robert Englund (o Freddy Krueger), como descreve o diretor ao falar da protagonista Bonnie Aarons, A freira conta com produção de James Wan, profissional presente nas duas partes que compõem o bem-sucedido Invocação do mal. O filme igualmente leva a assinatura de Peter Safran, produtor de Enterrado vivo.
Anunciado como partidário do filão de terror gótico, A freira é ambientado em um castelo de 1952. ;Podíamos sentir atmosfera e alma do mosteiro no qual algumas filmagens transcorreram. Notávamos até mesmo a presença dos mortos;, comentou, em entrevista internacional, o ator belga Jonas Bloquet, que em A freira dá vida ao personagem Frenchie. Ele é uma das testemunhas dos verdadeiros massacres previstos a cada quadro da história.
A freira retrocede o enredo mais de duas décadas em relação à trama de Invocação do mal 2, a fim de contar das origens da personagem religiosa que aparecia naquela produção. Valak, conhecida pela pecha de ;freira demoníaca;, surge na telona para azucrinar um já atormentado padre de passado sombrio, além de colocar à prova os votos definitivos de uma noviça em formação. Lembrado pelo papel que lhe deu indicação ao Oscar (Uma vida melhor), o mexicano Demián Bichir interpreta o temeroso padre Burke, enquanto Taissa Farmiga (da série American horror story) interpreta a jovem noviça.
Às vésperas do lançamento do longa no exterior, o diretor Corin Hardy enfatizou os propósitos de A freira cutucar e reproduzir elementos tão caros aos espectadores do gênero de horror. Na tela, despontam vitrais, conventos, luzes de vela, cemitérios e intenso nevoeiro. ;Quis engajar o público em uma jornada assustadora e desprovida de esperança. Tive a oportunidade de incorporar o imaginário de horror clássico;, comentou.
No elenco do filme, dois nomes de peso do audiovisual mostram as caras: Charlotte Hope (da série Game of thrones) e a romena Ingrid Bisu (do filme alemão cult Toni Erdmann). Ambas interpretam religiosas. O Vaticano é quem designa, na trama, a investigação de segredos internos que envolvem um caso que culmina com a morte de uma freira em um convento romeno.
Maldições, corrupção de fé e malfeitorias encobertas cercam a suspeita de suicídio de uma jovem freira inconformada pela condição de enclausurada num convento da Romênia. Para os fãs do terror, A freira se apresenta como um prato cheio de entretenimento e ainda um título cercado de nomes de peso do filão.
Na produção estão, entre outros, o diretor de fotografia Maxime Alexandre (de Annabelle 2: A criação do mal) e a designer de produção Jennifer Spence (Quando as luzes se apagam).
Outras estreias
Wheely ; Velozes e divertidos
Com produção na Malásia, a animação de Yursy Abdul Halim explora a vida numa cidade habitada por carros. Nela, carros luxuosos e um potente caminhão desafiam a vontade do pequeno Wheely, disposto a se tornar mais reconhecido, e, quem sabe, o ;rei das pistas; da metrópole.
Marvin
O longa é estrelado por Finnegan Oldfield, que competiu ao prêmio César de maior revelação como ator. Conduzido por Anne Fontaine, o longa ainda esteve na Mostra Horizonte do Festival de Veneza (2017). Na fita, um rapaz de pequena cidade enfrenta uma série de preconceitos por causa da homossexualidade.
O renascimento do parto 3
Mães, médicos e uma série de experiências bem-sucedidas em partos humanizados intensificam o debate em torno do tema. Filme dirigido pelo brasiliense Eduardo Chauvet.
Alfa
A amizade entre um descendente de tribo e um lobo que, mesmo tendo oportunidade, decide não matar, movimenta o filme de Albert Hughes que é estrelado por Kodi Smit-McPhee (X-Men: Apocalipse).
A vida em família
A literatura ; objeto de motivação em aulas de projeto dentro de penitenciária ; muda completamente a vida de um presidiário e do prefeito de pequena cidade italiana chamada Disperata. O filme assinado por Edoardo Winspeare participou da mostra Horizonte do Festival de Veneza, em 2017.