É preciso mudar o paradigma em relação ao investimento em cultura no país para que os equipamentos e instituições não acabem como o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em coletiva de imprensa no Museu Nacional da República, o secretário de Cultura do Distrito Federal, Guilherme Reis, disse que vive uma luta diária para mudar a mentalidade e a cultura do poder no que diz respeito aos investimentos na área. O orçamento da secretaria é um dos menores da pasta ; reduziu de R$ 217.621.482, em 2017, para R$ 168.870.546, em 2018 ; e os museus do DF não têm orçamento próprio, o que faz com que dependam das leis de incentivo, emendas parlamentares, fundos de apoio e outros financiamentos.
;A gente vem fazendo um trabalho insano, diário, cotidiano para recuperar um pouco da dignidade mínima dos nossos espaços culturais. Brasília, capital do maior país da América Latina, não merece esses espaços dessa forma, sem a mínima estrutura como a gente tem;, disse Reis, ;Isso é um processo antigo, de abandono contínuo, mas estamos trabalhando o máximo para recuperar. Menos dinheiro para evento e mais recurso voltado para equipamentos culturais e construção de novos espaços.;
Segundo Gustavo Pacheco, subsecretário de patrimônio DF, dois espaços precisam de reformas urgentes. O Museu Vivo da Memória Candanga recebeu, em 2017, investimento de R$ 200 mil do Iphan para recuperar um dos 12 galpões que ameaçavam desabar, mas ainda é necessário recuperar o resto das casas de madeira que formam o complexo.;Foram reparos importantes e agora o galpão já não oferece perigo;, disse Pacheco.
O outro é o conjunto Fazendinha, na Vila Planalto. Das cinco casas do complexo que um dia foi abrigou o acampamento Pacheco Fernandes, duas estão em péssimo estado, sendo que uma foi interditada pela Defesa Civil.
O secretário de Cultura apontou que, desde 2015, foram investidos de R$ 33.757.226 milhões do orçamento da secretaria nos equipamentos culturais do DF. No ano passado, o Museu Nacional da República recebeu R$ 1,6 milhão para reforma da climatização que abriga o acervo. Reis lembrou ainda que prédios novos como o museu e a Biblioteca deixaram de atender às especificações técnicas de segurança pouco tempo depois de serem inauguradas. Em 2015, quando recebeu a secretaria, havia sete obras iniciadas e interrompidas. Entre elas estavam o Espaço Cultural da 508 Sul e o Centro de Dança. ;Nossa prioridade foi revalidar projetos; disse Reis.
Segundo o secretário, as vistorias nos 27 equipamentos culturais do DF vinculados ao GDF são realizadas diariamente. Hoje, o governador Rodrigo Rollemberg disse que realizaria vistorias em todos os equipamentos. ;A gente já está fazendo isso muito próximo aos bombeiros;, explicou.