Desde o circuito das festas juninas, Alceu Valença vem se mantendo permanentemente na estrada este ano. São muitas as apresentações que o cantor e compositor pernambucano tem feito, com shows diversos e para todos os gostos, entre eles o Vivo revivo, com o repertório dos discos que lançou na década de 1970; o Valencianas, acompanhado pela Orquestra de Ouro Preto; O Grande Encontro, ao lado de Elba Ramalho e Geraldo Azevedo; e o que reúne os principais sucessos de sua carreira.
Ao voltar a Brasília para participar do projeto Quinta Cultural/Na Praia, hoje, às 21h, Alceu faz uma espécie de retrospectiva da carreira, cantando os maiores sucessos de sua obra. No show, também homenageia Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, ícones da cultura musical nordestina, a quem Alceu toma como principais referências.
Ele tem a companhia da banda formada por Paulo Raphael (guitarra), André Julião (sanfona), Nando Barreto (baixo), Cássio Cunha (bateria) e Tavinho (teclados), para revisitar clássicos autorais como Anunciação, Belle de jour, Coração bobo, Estação da luz, Girassol e Tropicana; e, claro, Te amo Brasília. De Gonzagão, ele recria Baião, Pagode russo, Sabiá, Vem morena, Xote das meninas; e O canto da ema, de Jackson.
Entrevista / Alceu Valença
Como administra a agenda, com tantos compromissos?
Tenho ficado pouco tempo em casa. Já há algum tempo, aeroportos, hotéis e estradas têm feito parte do meu cotidiano. Como são 10 tipos de shows, há sempre convites para vários deles, em diferentes locais. Mas faço tudo prazeirosamente. Agora volto com o show de sucessos a Brasília, onde estive, por último, com O Grande Encontro, ao lado de Elba e Geraldinho.
Esta é a apresentação mais solicitada?
Em junho viajei muito com o show de são-joão. O que eu canto as canções consagradas da minha obra é requisitadíssimo. Outro que me agrada muito fazer é o Valencianas, com a Orquestra de Ouro Preto, registrado em CD e DVD. Fiz concertos concorridíssimos no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo. Vou levá-lo a Brasília em 2019.
Tem algum projeto novo em vista?
Mesmo na estrada, não abro mão de compor e me dedicar a outros projetos. Comecei a criar documentário, que começa em Olinda e me transporta ao Festival de Montreux. É um misto de romance e ficção.
A repercussão de A luneta do tempo lhe satisfez?
Recebi boas críticas em geral, gostaram bastante, mas como não é um desses blockbusters estrangeiros, deixou de ser exibido em salas de várias cidades. No 42; Festival de Gramado, conquistou os prêmios (Kikitos) de melhor trilha sonora e melhor direção de arte; inaugurou o Festival de Mar del Plata (Argentino) e tem algo em torno de 300 mil visualizações no YouTube.
Que avaliação faz da música brasileira atualmente?
Há coisas que, decididamente, não me interessam, não me chamam a atenção. Mas, por outro lado, nas minhas frequentes viagens, tenho mantido contato com trabalhos que merecem ser mais divulgados, mais ouvidos, como os do grupo Forró de Nós Três, de Salgueiro (PE), do Herbert Azul, de Maceió, do GB, aqui do Rio; e, porque não, o do meu filho Ceceu. Doce menina, composta por Azul, que Ceceu gravou, está nas plataformas digitais e tem120 mil visualizações.
Quinta Cultural
Show de Alceu Valença hoje, às 22h, no projeto Na Praia (Orla Norte do Lago Paranoá, próximo à Concha Acústica). Antes às 19h, pelo Stand Up Comedy com Rodrigo Capella. A chef Ana Tereza Bandeira comanda a oficina gastronômica Tempero meu. Ingresso: R$ 51 (meia entrada). Não recomendado para menores de 16 anos. Informações: www.tevejonapraia.com.br.