Já parou para pensar em como são suas fotos tiradas nas catracas de ônibus? O artista brasiliense Gustavo Azevedo, 22 anos, também conhecido como Gu da Cei, resolveu, pela Lei de Acesso à Informação, solicitar às empresas de ônibus os registros feitos pelo sistema de biometria facial. Inspirado pelas imagens que recebeu, o jovem fez uma intervenção artística na Rodoviária do Plano Piloto reivindicando ;o direito à cidade e à imagem de usuários do transporte público;. O ato ocorreu nesta terça-feira (17/7).
Quem passou pelo terminal nesta noite se deparou com projeções no teto da Rodoviária, em que se via dezenas de fotos de Gu da Cei atravessando catracas em circunstâncias banais: aparece comendo, ao telefone, ouvindo música e até lendo revista. A espontaneidade dos registros pode até provocar humor involuntário, mas a intenção por trás é séria.
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;(Preocupa) o controle que o governo tem sobre o trânsito das pessoas que utilizam o transporte público, sobre o direito à cidade;, conta o estudante de comunicação organizacional na Universidade de Brasília (UnB), que pega, em média, quatro ônibus por dia.
Vestindo uma máscara, ele caminhou pela movimentada plataforma alertando ;vigia!”. A frase, que também estampou as fotos projetadas, propõe ;uma contra vigilância e questionar as estruturas burocráticas do governo;.
Biometria facial
O sistema começou a ser testado em 2017 nas linhas 110, responsáveis pelo trajeto Rodoviária;UnB. Com a medida, o GDF queria identificar fraudes no uso do cartão de acesso ao transporte gratuito a estudantes no DF. Desde abril deste ano, toda a frota de ônibus é equipada com o sistema de reconhecimento facial.
[SAIBAMAIS]Por nota, a assessoria de comunicação do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) informou que o usuário pode solicitar a qualquer momento as imagens registradas pela biometria via Lei de acesso à Informação (pelo site), mediante a apresentação de documento oficial com foto.
"É importante ressaltar que, para agilizar a análise da solicitação, o usuário deve fornecer dados, como nome da empresa de ônibus, linha utilizada e horário da viagem. Não houve gastos para o governo para implementar a biometria. Os aparelhos foram adquiridos pelas próprias empresas de ônibus. Além disso, não há determinação formal de tempo de guarda das imagens", informou a pasta.
"Por fim, acrescentamos, que, com a biometria ; que começou a ser implementada em fase de testes em maio de 2017 ;, o governo suspendeu 8,6 mil cartões do Passe Livre Estudantil e de pessoas com deficiência, o que gerou uma economia de cerca de R$ 3,8 milhões ao mês aos cofres públicos.;
* Estagiário sob supervisão de Adriana Izel