Diversão e Arte

Depois de 15 anos, 'Os incríveis' estão de volta aos cinemas

No segundo longa, família de super-heróis ilegais enfrenta o hipnotizador

Ricardo Daehn
postado em 28/06/2018 07:30

No longa, família enfrenta o vilão hipnotizador
Quase 15 anos de espera não distanciaram os fãs de Os Incríveis da adrenalina e do encantamento com a família Pêra, os heróis de animação que alavancaram a carreira do diretor Brad Bird. Depois do hit de 2004, o diretor norte-americano viria a conquistar legiões de cinéfilos, com títulos como Ratatouille (2007) e Missão impossível ; Protocolo fantasma (2011). Uma penca de astros como Craig T. Nelson, Holly Hunter e Samuel L. Jackson emprestam a voz para as dublagens dos heróis. No Brasil, os personagens de Bird ganham as vozes de personalidades como Raul Gil, Evaristo Costa, Octaviano Costa e Flávia Alessandra, mas a fagulha inicial que originou Os Incríveis permanece intacta, pelo que define Brad Bird: o sentimento de família segue como ponto central do novo longa.

Para a imprensa estrangeira, o cineasta comentou que, à época do primeiro longa, havia um cenário arejado e sem a sensação de sufocamento imposta com a exagerada quantidade de filmes de heróis presente, atualmente, nas telonas. Entretanto, o comentário não liquida a fonte primordial dos ativos pais do lar dos Pêra, Roberto e Helena (mais conhecidos como Sr. Incrível e Mulher Elástica), movidos a humor e ação. Em contraponto às incontáveis despedidas e ligações via universos paralelos utilizadas corriqueiramente nos filmes de heróis, o discurso de divulgação de Os Incríveis 2, que reúne as emblemáticas Pixar e Disney, se descola de padrões.

Considerados ;ilegais;, os heróis ensaiam um retorno por meio de campanha orquestrada por Helena. No meio tempo, cabe ao pai Beto a tutela (e os trabalhões) dados, em casa, pelos jovens Violeta e Flecha, além do bebê Zezé. A intensificação da paternidade de Beto coincide com o despertar dos ainda descontrolados poderes do bebê Zezé, que engatinha na descoberta da genética privilegiada.

Veículos respeitados da imprensa internacional, como IndieWire, chamaram a atenção para nítidas renovações nos recursos visuais adotados na elaboração das coreografias de ação do longa. Com poder de fogo mais ameno do que o das bilheterias do concorrente mais imediato, o longa Jurassic Park: reino ameaçado (que, na estreia mundial, contabilizou US$ 712 milhões), Os Incríveis 2 arrecadou US$ 485 milhões.

Novo vilão

Mas, muitas publicações não se furtaram do comparativo entre o potencial de Brad Bird e do colega de profissão, o mago Steven Spielberg. ;Bird persegue o monotrilho (de direção única) da ação frenética aos moldes do padrão Spielberg;, grafou o IndieWire. Ao The Washington Post, Brad Bird admitiu a mais elevada admiração por Spielberg. ;Adoro muito ele, quando se fala em ação em cinema. Gosto ainda de James Cameron (Avatar) e George Miller (de Mad Max: Estrada da fúria);, ressaltou.

Sob a ameaça do vilão chamado Hipnotizador, a família Pêra, em Os Incríveis 2, vai unir forças com Lúcio, mais conhecido como Gelado, para o reestabelecimento da ordem. Ainda no longa que tem produção de Nicole Grindle (que assinou a mesma função em Toy Story 3) rolam implicações entre inteligência artificial e condições de alienação, além de assaltos a banco, controle da mente, claro, e os primeiros passos da paixonite despertada pelo personagem Toninho Rodrigues, na empolgada Violeta.


O bebê  Zezé ainda não domina os superpoderes

Algumas curiosidades


; Brad Bird dirigiu Os Incríveis, tendo com ele ganhado o Oscar de melhor longa-metragem animado. Bird também dirigiu, em 2007, o filme premiado Ratatouille. Oito anos antes, ele havia criado O gigante de ferro, detentor do Bafta de melhor animação.


; Edna E. Mode, a designer das roupas dos super-heróis (e um dos personagens mais queridos pelo público) transformou completamente a forma de trabalhar: antes, as técnicas traziam ares chapados nos corpos dos colegas animados, mas, agora, houve reforço na adição de textura em cada vestimenta. As origens da família de Edna (com parentes japoneses e alemães) reforçou a multiplicidade de estilos de vestimentas dos heróis, pelo que contou o diretor (que curiosamente dubla a personagem).


; Duas vozes foram alteradas em Os Incríveis 2: o agente Rick Dicker ganha a voz de Jonathan Banks, de Better call Saul (com a morte de Bud Luckey). O personagem Flecha agora tem a voz do estreante Huck Milner.


; Aos caçadores de easter eggs (preciosas citações de cinema que se repetem) vale a menção de que o caminhão Pizza Planet e a placa de veículo A113) estão presentes no filme. Além disso, muitos dizem que Toy Story 4 (que estreia em 2019) também trará outros easter eggs.


; Lançado há 14 anos, o primeiro filme arrecadou mais de US$ 633 milhões. Com mais de US$ 70 milhões faturados num fim de semana, Os Incríveis estabeleceu o padrão, sendo a segunda maior abertura para um filme de animação em todos os tempos.




DEPOIMENTO



Chico Jorge, 10 anos (e meio)
;A aguardada continuação de Os Incríveis sai nesta semana e estou muito animado. Tudo o que sabemos é que uma empresa ;nem um pouco suspeita; chamada Devil Corp. quer entrar no negócio da volta dos heróis e, para isso, está financiando as missões da Mulher Elástica (a Sra. Incrível) contra o Hipnotizador. Vai ser divertido ver o Roberto cuidando de uma adolescente ;chata;, um menino desmiolado e um bebê com poderes descontrolados sem a ajuda da sua mulher.

P.S.: O Bochecha do primeiro filme é o melhor vilão da Pixar e espero que o Hipnotizador esteja no mesmo nível.


Leia mais sobre as estreias página 3

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