A jornalista e empresária Nathalia Arcuri é um fenômeno na internet com o canal Me poupe! no YouTube. Na plataforma, onde ela tem mais de um milhão de inscritos, Nathalia divide, de forma informal, conhecimentos relacionados às finanças.
Porém, Nathalia queria chegar a mais pessoas e, neste ano, lançou o primeiro livro da carreira, Me poupe! -- 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso, pela editora Sextante.
"Infelizmente ainda existem milhões de pessoas sem acesso à internet de qualidade no Brasil. Parte dessas pessoas também não tem interesse pelo conteúdo disponibilizado na web. O livro pode ser o veículo que faltava para este público ter acesso a uma informação simples e educativa", explica.
"Infelizmente ainda existem milhões de pessoas sem acesso à internet de qualidade no Brasil. Parte dessas pessoas também não tem interesse pelo conteúdo disponibilizado na web. O livro pode ser o veículo que faltava para este público ter acesso a uma informação simples e educativa", explica.
Na obra, ela ensina ao leitor de forma simples -- mantendo a linguagem que a caracterizou na internet -- sobre educação financeira e dá dicas para administrar bem o orçamento familiar. Ao Correio, a autora falou sobre como foi o processo até chegar ao lançamento do livro e também sobre alguns assuntos ligados às finanças.
Entrevista // Nathalia Arcuri
No livro, você conta como surgiu a sua relação com as finanças e também a ideia do seu canal no YouTube. Quando você fez o canal, você imaginou que teria a repercussão que teve?
Logo que eu montei o blog Me Poupe! e, na sequência, o canal no YouTube, meu objetivo era impactar pelo menos uma pessoa. Foi um projeto iniciado de forma totalmente despretensiosa como uma válvula de escape para a reportagem. Eu sempre acreditei que a educação financeira tem o potencial de salvar vidas porque senti na pele o quanto ela foi importante para mim. Lá no início, de fato, não fazia ideia de que aquela "uma pessoa" se transformaria em milhares (e que bom).
Quando você começou a pensar no projeto, quais foram os maiores desafios?
O maior desafio foi lidar com os meus próprios preconceitos. Eu acreditava que o fato de não ser economista me impediria de ensinar as pessoas a cuidarem melhor do seu dinheiro. Com o tempo e muita especialização (Insper, Premio IBCPF, Coaching, psicologia econômica, mentoria, neurociência, livros, livros e mais livros...) eu comecei a perceber que era justamente o fato de ser uma pessoa comum e não uma economista que fazia as pessoas se interessarem por um assunto tão árido até então. As restrições financeiras e técnicas nunca foram um problema. Se não tinha quem me gravasse, eu usava uma colher de pau para fazer o foco na câmera. Se não havia quem editasse, eu mesma deixava de sair nos finais de semana, para aprender a editar os vídeos. Ficava bem tosco, é verdade. Mas como a ideia era mudar a vida de uma pessoa... Já era o suficiente.
O que te motivou a transformar os conhecimentos passados no canal em uma versão em livro?
Infelizmente ainda existem milhões de pessoas sem acesso à internet de qualidade no Brasil. Parte dessas pessoas também não tem interesse pelo conteúdo disponibilizado na web. O livro pode ser o veículo que faltava para este público ter acesso a uma informação simples e educativa. O preço máximo é de R$ 29,90 (versão impressa) e eu sugiro sempre que as pessoas que estão sem grana para comprar, peçam emprestado ou "rachem" a compra com amigos e familiares.
Tanto no livro quanto no canal, você usa uma linguagem bem informal. Você acha que esse é um jeito de aproximar o público de um tema muitas vezes renegado?
Na verdade, essa é a única linguagem que eu sei! Brincadeiras à parte, linguagem é o segredo do sucesso pra qualquer metodologia de ensino.
Muito se fala sobre a educação financeira começar na infância. O que você pensa sobre isso?
Concordo plenamente. O grande problema hoje é que os pais não foram educados. Já existem projetos de educação financeira dentro de escolas onde pais e filhos aprendem juntos. Esse é um modelo que tende a surtir mais resultado. A inclusão da educação financeira no currículo escolar este ano foi um salto gigantesco na busca pela inclusão financeira. É preciso saber enriquecer. Não somos educados pra isso.
O percentual de famílias inadimplentes voltou a crescer no Brasil. Quais são as pequenas soluções que as pessoas podem implementar para se estabilizar financeiramente?
O primeiro passo é olhar o problema de frente e sem medo do que vai encontrar: identificar todas as dívidas, os juros cobrados e o valor inicial. Uma família inadimplente necessariamente vai pagar mais caro pelo dinheiro emprestado e terá que fazer um esforço muito maior para sair do vermelho, como vender um carro, trocar a escola das crianças, reestruturar os gastos com lazer... Para voltar ao azul é preciso mudar radicalmente de hábitos e buscar condições de juros melhores. A internet facilitou muito o acesso a juros mais baixos. Uma dica boa é procurar plataformas de buscadores de taxas de juros, como a do Serasa E-Cred. É possível trocar uma dívida cara (com juros altos) por uma dívida mais barata (com juros baixos). O consumidor endividado também pode negociar as taxas de juros com o credor usando como argumento principal a redução na taxa básica de juros.
Meu poupe! -- 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso
Nathalia Arcuri. Editora Sextante, 175 páginas. Preço médio: R$ 29,90.