Diversão e Arte

Tensão, medo e terror gótico em Jurassic World: reino ameaçado

Novo longa da franquia de parque de dinossauros custou US$ 170 milhões

Ricardo Daehn
postado em 21/06/2018 07:30

Jurassic World: reino ameaçado custou US$ 170 milhões

Um dos maiores estimuladores da criação de um parque temático voltado à interação entre humanos e dinossauros, na Costa Rica, o personagem Masrani pode até ter morrido na trama de Jurassic World ; O mundo dos dinossauros (2015), mas é a voz de sua sabedoria que ecoa em mais um capítulo da jornada dos animais que, deslocados de era, conquistaram legião de fãs no cinema, há mais de 25 anos. ;Recorde a razão de ser deste mundo: Jurassic World existe para nos mostrar o quão pequenos somos. Somos muito jovens, e não há preço que pague isso;, disse o sábio personagem para a gerente do parque, Claire Dearing (Bryce Dallas Howard). Claire volta à trama do novo filme, Jurassic World: Reino ameaçado, que ; nos bastidores ; traz realizadores cientes das cifras e da responsabilidade de carregar um êxito que, com quatro capítulos anteriores, soma mais de US$ 3,6 bilhões em bilheteria.

Responsabilidade é fator que pesa na trama de Reino ameaçado. ;Nosso diretor (Juan Antonio Bayona) é muito detido em temáticas antimilitares e anti-lucros desmedidos, com todo interesse voltado para a evolução da ciência;, comentou o ator Jeff Goldblum, em recente pré-estreia, no exterior. Goldblum, vale lembrar, perpetua, na tela, o mestre em matemática Malcolm, pela primeira vez nas telas, em 1993, com a franquia ainda sob o comando de Steven Spielberg. Produtor executivo da nova trama de Jurassic World: Reino ameaçado, que investe numa conspiração forte contra remanescentes dinossauros, Spielberg teve a postura elogiada pelo novo diretor J.A. Bayona. Ciente da ambição e do risco de nadar na areia movediça de franquia tão querida pelo público, o cineasta comemorou que ;Spielberg endossasse a condição de eu ser o diretor, de fato;.

Assumidamente influenciado por Bernard Hermann (autor das trilhas dos filmes de Alfred Hitchcock), o compositor Michael Giacchino é quem arrisca o tom emanado pelo diretor espanhol J.A. Bayona: ele classificou a aventura como tensa e recheada com medo. ;Com o terror gótico pontuando, em imagens, o fim do novo filme, você se sente como num filme de terror antigo;, comentou Giacchino para a imprensa estrangeira. Integrante, há dois anos, da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (que vota o Oscar), o diretor Bayona é sempre lembrado pelo horror administrado em O orfanato (2007) e pela impressionante reprodução do tsunami que devastou a Tailândia, no drama O impossível (2012).

O custo do novo filme bateu a casa dos US$ 170 milhões. Antes mesmo da estreia, o quinto capítulo dos dinossauros extraídos de livro e roteiro de Michael Crichton (morto há uma década) já tem sequência anunciada: Jurassic World 3, em 2021,que tratará de redenção. Na produção que chega às telas, uma das protagonistas, a atriz Bryce Dallas Howard (de filmes como A vila e Manderlay) dá relevância ;à mudança de curso da saga e ao frescor introduzido no filme;. Uma segunda possibilidade de extinção é a ameaça que ronda os agigantados seres pré-históricos que se encontram confinados na ilha de Nublar (ponto fictício, perto da Costa Rica). Intérprete de Owen Grady, o antigo treinador dos bichanos colocados em contato com o público, no parque temático, Chris Pratt alardeou, ao The Hollywood Reporter, as mudanças de curso da aventura: ;As estacas que ancoram todo o universo da franquia nunca estiveram tão altas;.

Evolução da ciência é tema forte no longa

Reviravoltas

Os tons de retomadas de relação estão em alta, em Jurassic World: Reino ameaçado. O personagem de Pratt, por exemplo, retomará o contato com Blue, uma velociraptor valorizada na trama de fantasia. ;É um pai e uma criança que se reencontram, depois de passarem por poucas e boas;, definiu o ator, à imprensa estrangeira. O enredo em que um vulcão não se limita a atormentar personagens humanos ; e coloca em xeque a nova existência de dinossauros ; foi escrito por Derek Connolly (um dos nomes de Star Wars: Episódio IX) e por Colin Trevorrow (que, há três anos reativou a franquia, estando à frente de O mundo dos dinossauros). Ainda assim, com tudo nos trilhos, Bryce Howard não renegou improvisos: ;Chris Pratt e eu mudamos coisas, bem na hora das filmagens;.

Anunciando uma guinada no enredo do longa ; que contém até cenas de negociação de lotes de dinossauros, postos em leilão ;, o diretor Bayona decretou, na imprensa do exterior, ;o fim de um sonho iniciado há 25 anos;. A ilha Nublar, que concentra todos os seres de ecossistema e temporalidade alterados, viverá dias de terror, bastante desgovernada. Por outro lado, com o mesmo diretor espanhol de Sete minutos após a meia-noite à frente do novo blockbuster, o teor de diversidade na representação foi garantido, especialmente com as participações dos personagens de Daniella Pineda, a vigorosa Zia, e de Justice Smith (visto em Cidades de papel), como o amedrontado Franklin. ;Começamos a ver, nas grandes franquias, pela primeira vez, mulheres e negros no comando;, celebrou o diretor.



Eterno sucesso, em bilheteria


Jurassic Park ; (1993) Parque dos dinossauros
US$ 1,03 bilhão


O mundo perdido ; 1997) Jurassic Park
US$ 618 milhões


Jurassic Park III ; (2001)
US$ 368 milhões


Jurassic World ; (2015) O mundo dos dinossauros
US$ 1,67 bilhão
Outras estreias
Canastra suja
; Caio Sóh dirige o longa que mostra uma família em dissolução. Adriana Esteves e Marco Ricca encabeçam o elenco.


O amante duplo
; Um dos diretores de ponta do cinema francês, François Ozon comanda o longa em que uma mulher vê a própria identidade ameaçada, diante de fortes mudanças no corpo. Numa química perfeita, Marine Vacth e Jérémie Renier estrelam a fita.



Desobediencia
Vencedor do Oscar pelo filme Uma mulher fantástica, Sebastián Lelio dirige o longa em que uma mulher retorna à pequena cidade em que mora um antigo amor, agora casado com o primo dela.



Hereditário
A morte de uma avó solitária altera todo o cotidiano de uma família, neste filme estrelado por Toni Collette e Gabriel Byrne. O filme de terror leva a assinatura de Ari Aster.



Em Guerra por Amor
Dilemas éticos se apresentam para um grupo de homens que pretendem frear a ocorrência de crime ambiental. Direção de Heitor Dhalia.


Em Guerra por Amor
Conhecido como Pif, o diretor Pierfarncesco Diliberto conduz e estrela fita italiana em que, para se casar, um homem deve buscar a aprovação do futuro sogro, somente depois de alistado no Exército norte-americano.

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