Entre filmes que contemplame pesados dramas e comédias descompromissadas, o circuito de cinema recebe 11 filmes novos. Dois deles, O nó do diabo e Baronesa, até chegaram antes à capital, por meio de pré-estreias no Festival de Cinema de Brasília do ano passado. Redescobertas do Brasil histórico, representadas nos longas Amores de chumbo e Bonifácio, o fundador do Brasil, entre os lançamentos, se fundem ao cardápio que inclui fitas de ação como Mazinger Z: Infinity e dramas sensíveis como O caminho dos sonhos. Confira os filmes que estreiam junto com Do jeito que elas querem, Talvez uma história de amor e Uma escala em Paris.
Amores de chumbo
Conduzido pela cineasta Tuca Siqueira, o longa traz uma história de amor e resistência, propagada desde os anos da ditadura no Brasil. No papel de ex-militantes políticos está o trio Aderbal Freire Filho, Augusta Ferra e Juliana Carneiro da Cunha. Após quatro décadas de distanciamento, um sociólogo, a mulher dele e uma escritora (que volta do exílio) repassam situações nebulosas do passado.
O caminho dos sonhos
Nono longa da diretora alemã Angela Schanelec, o filme foi selecionado para o Festival de Locarno, há dois anos. Schanelec, que também é atriz e escritora, trata de dois tempos distintos: em 1984, um casal de andarilhos se vê separado, na Grécia, por uma situação extrema. Em 2014 é a relação entre uma atriz e um antropólogo que entra em colapso. Na trama, desponta um misterioso personagem sem-teto. Vale a lembrança de que a diretora foi selecionada, duas vezes, para a mostra Um Certo Olhar (em Cannes).
Bonifácio, o fundador do Brasil
Disseminar conhecimentos especializados em estratégias de guerra, dados filosóficos e científicos e uma vontade de extrapolar o alcance histórico de um ilustre brasileiro que viveu entre os séculos 18 e 19 levaram o cineasta Mauro Ventura a se aventurar por este documentário. Conhecido como o Patriarca da Independência, Bonifácio foi peça central na emancipação nacional, frente à metrópole lusitana.
Sol da meia-noite
Um dos seis projetos que, em 2018, absorveu a atenção da atriz e cantora Bella Thorne (conhecida por The Duff), o longa tem ainda Patrick Schwarzenegger (filho de Arnold) no elenco. Dirigido por Scott Speer (produtor e cineasta de títulos da franquia Ela dança, eu danço), o drama mostra o amor florescendo na vida dos jovens Katie e Charlie. Impedida do contato com a luz solar, ela, aos 17 anos, praticamente só convive com o pai e uma amiga. Mas tudo muda depois que, ao apresentar, à noite, composições na plataforma de trem, Katie não passa despercebida por Charlie.
Baronesa
Filme de estreia da diretora Juliana Antunes, Baronesa tomou parte da 50; edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e participou de mais de 30 eventos cinematográficos, entre os quais a Mostra de Cinema de Tiradentes (em que foi premiado). Ao longo de seis anos, em Belo Horizonte, Leid e Andreia foram filmadas em condições diferenciadas: uma chega para se instalar na casa em construção enquanto a outra aguarda a liberação do marido preso. O tráfico de drogas permeia o cotidiano.
Em 97 era assim
Depois de assinar os documentários Glauco do Brasil (2015) e A vida extraordinária de Tarso de Castro (2017), o diretor gaúcho Zeca Brito explora amizade e sexo que reúne um quarteto de adolescentes. Num esquema coletivo, Renato, Alemão, Moreira e Pilha querem sair da rotina escola e família, buscando perder a virgindade. Na trilha sonora, despontam Perla, Raimundos e Acústicos e Valvulados.
O nó do diabo
No raro registro de terror, o filme paraibano esteve no Festival de Brasília do ano passado. Feito em caráter coletivo (os diretores Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuz assinam a obra). No título, várias tramas se afunilam e desembocam no conceito de escravidão. Tudo chega derivado de fatos pesados que cercam o histórico de uma fazenda, perpetuados por mais de dois séculos.
Mazinger Z: Infinity
Com 50 anos de carreira, o criador do mangá homônimo ao filme, Go Nagai (foto) é quem dá inspiração à trama do filme de Junji Shimizu. Go assinou muitos produtos que enalteciam os mechas (robôs gigantes). Mazinger Z, por exemplo, é pilotado por Koji Kabuto, metido em trama de ficção-científica e terror arquitetada pelo arqui-inimigo dele, o Dr. Hell.