Adriana Izel
postado em 10/06/2018 07:30
A comédia The Big Bang Theory, que está no ar há 11 temporadas, é um dos maiores sucessos da tevê. E esse resultado tem vários motivos. Um deles é excentricidade dos personagens, principalmente, de Sheldon Cooper, papel de Jim Parsons, que garantiu a ele quatro Emmys consecutivos e uma série solo: Young Sheldon.
O spin-off, exibido no Brasil no Warner Channel, estreou no fim do ano passado com o objetivo de mostrar a infância de Sheldon, na série vivido pelo ator mirim Iain Armitage, e, consequentemente, toda a família Cooper formada por Mary (Zoe Perry), a mãe; George (Lance Barber), o pai; George Jr. (Montana Jordan) e Missy (Raegan Revort), os irmãos; e Connie (Annie Potts), a avó materna. A estreia bateu recorde de audiência da CBS, canal responsável pela série nos EUA, ao ser assistido por 17,2 milhões de espectadores e garantiu uma temporada, que começará a ser filmada em julho.
Para promover a série nesse hiato entre o fim da primeira temporada e o início das gravações, o elenco passou por países da Europa e, na pausa dessa agenda, a atriz Zoe Perry, que dá vida à Mary Cooper ; papel que é da mãe dela, Laurie Metcalf na série original ; atendeu ao Correio por telefone com exclusividade e falou sobre a experiência na série, que ela já vê como a maior oportunidade da carreira.
Sua mãe interpreta a mãe do Sheldon em The Big Bang Theory. Isso te ajudou a conseguir o papel ou você teve que fazer um teste?
Primeiramente, eles tiveram que encontrar o Sheldon e encontraram o ótimo Iain Armitage. Quando Iain foi escolhido, foi uma certa sorte pra mim, porque ele estaria numa idade em que seria possível que eu interpretasse a mãe dele. Quando teve a audição, eu tive a sorte de ir para o teste com os nossos produtores Chuck Lorre e Steven Molaro, que é nosso diretor também, e fui sortuda o suficiente para fazer parte. Eu não tenho culpa de ser a filha da pessoa que faz a mãe do Sheldon em The Big Bang Theory (risos). Mas eu realmente me sinto muito sortuda de ter tido essa oportunidade.
Como foi criar a sua própria Mary Cooper?
Eu definitivamente voltei e reassisti a todas as cenas da Mary Cooper em The Big Bang Theory, porque eu queria ter certeza de que elas fariam parte do mesmo mundo, que eu me portasse de um jeito similar. Ao mesmo tempo, encontrei muita liberdade, graças aos roteiristas porque estávamos sendo introduzidos em Young Sheldon a uma Mary Cooper em 1989, que tinha um outro tipo de vida. Suas experiências eram diferentes. Ela tinha três crianças pequenas, suas prioridades eram outras. Ela era, de certa forma, uma pessoa diferente. Isso me deu liberdade para explorar quem ela foi da minha própria mente. E também tive muitas sugestões dos produtores. Eles são tão inteligentes e cuidadosos sobre como eles escrevem cada episódio.
No começo, você e os outros atores sentiram uma pressão por ser um spin-off do sucesso The Big Bang Theory?
Eu sabia e todos nós concordávamos que estávamos numa posição privilegiada, por estarmos conectados a The Big Bang Theory. Obviamente, isso nos deu uma ótima oportunidade de sermos vistos por uma grande audiência. Mas, ao mesmo tempo, isso nos trouxe uma grande responsabilidade para que a gente não desapontasse esse público. Mas acho que nossos roteiristas foram tão inteligentes em fazer a série uma extensão no formato de single camera comedy (método de filmagem de comédia com a utilização de apenas uma câmera) e isso afeta o tom. O fato de ter crianças também nos dá mais oportunidade de termos momentos íntimos e com reações maiores, porque eles costumam ter.
Como você disse, é possível ver nas telas essa relação familiar real dos Coopers. Como foi criar essa relação?
O set é um lugar bastante familiar também. É muita sorte estarmos em um ambiente que tem uma atmosfera bacana. As crianças são ótimas. Enquanto gravávamos toda a temporada nossa relação cresceu e se tornou mais forte. E com sorte isso também aparece na série. Mas definitivamente nós nos sentimentos como um grupo muito íntimo.
A série é um sucesso desde o piloto. Na sua opinião, quais são os motivos para Young Sheldon ser um sucesso?
Eu acho que, para mim, tem algo sobre essa família que parece universal. E acho que esse pode ser um dos motivos que o público gosta. Apesar do fato de eles estarem num lugar específico nos Estados Unidos, como o Texas, tem algo verdadeiro sobre famílias ali: você tem diferentes personalidades e as pessoas têm seus conflitos, mas, ao mesmo tempo, há sempre muito amor. Eu imagino que muitas pessoas possam se relacionar com isso.
A primeira temporada terminou. O que podemos esperar da segunda temporada?
Não começamos a filmar nada até julho, então, eu não sei nada mais do que você sabe. (risos). Mas eu gostaria de saber. Quando eu souber, te conto tudo... (risos)
Você esteve em várias séries na sua carreira. Por diferentes experiências, como tem sido estar em Young Sheldon?
É extraordinário. Não há nenhuma garantia, sabe, quando você faz uma série. Eu sei que a gente espera, mas eu nunca pensei que teria tanta sorte de fazer parte de algo assim. Eu não fico surpresa que Chuck Lorre e Steven Molaro façam parte de outro sucesso. Mas me sinto muito sortuda de fazer parte dessa jornada.
Você recebe feedbacks de fãs brasileiros na sua rede social?
Eu sou a pior pessoas nas redes sociais. (risos) Mas me contaram que, no lançamento da série, as pessoas comentaram na minha rede social de onde elas estavam assistindo e eu me lembro que tinham comentários do Brasil e pensei: ;Ai meu Deus, nós passamos no Brasil, isso é incrível!” Espero que um dia tenhamos uma tour por aí.
Eu estava vendo as redes sociais dos outros atores e eles têm postado da tour que vocês estão fazendo na Europa. Como tem sido isso?
Tem sido maravilhoso. Eu nunca tinha ido a Berlim e é uma cidade incrível. Tem sido muito divertido e também uma honra. É ótimo, por exemplo, ter a oportunidade de estar conversando com você agora.
O fenômeno de The Big Bang Theory
; Lançada em 2007, a série chamou atenção por acompanhar cinco personagens que vivem em Pasadena, na Califórnia: o físico teórico Sheldon Cooper, o físico experimental Leonard Hofstadter (Johnny Galecki); o engenheiro aeroespacial Howard Wolowitz (Simon Helberg); o astrofísico Rajesh Koothrappali (Kunal Nayyar); e a garçonete e aspirante a atriz Penny (Kaley Cuoco), que depois se torna uma representante farmacêutica.
; Com o sucesso da atração, mais personagens começaram a ser inseridos na trama. Agora fazem parte do elenco fixo Bernadette Rostenkowski-Wolowitz (Melissa Rauch), mulher de Howard; Amy Farrah Fowler (Mayim Bialik), recém-casada com Sheldon; e Stuart Bloom (Kevin Sussman).
; Até o ano passado, The Big Bang Theory era líder de audiência do canal CBS, com média de 16,6 milhões de espectadores. No Brasil, a produção é exibida na televisão fechada na Warner Channel e também na tevê aberta no SBT ; esse último estreou ontem a oitava temporada.
; O sucesso também se mostra na folha de pagamento dos atores. Até 2017, a série tinha o trio de atores com o maior salário da tevê americana: Jim Parsons, Kaley Couco e Johnny Galecki ganhavam, cada um, US$ 1 milhão por episódio. Porém, no ano passado, os atores toparam diminuir o salário em US$ 100 mil por episódio para que Melissa Rauch e Mayim Bialik tivesse um aumento.
Entendendo Young Sheldon
A série se passa em 1989 e mostra a infância de Sheldon, aos 9 anos, no Texas, quando ele avança na escola para o ensino médio. A produção explora a relação bastante próxima dele com a mãe, Mary, que é a única que consegue entender o jeito do futuro físico, e com a vó Connie, além de se profundar as histórias do pai e dos dois irmãos de Sheldon.