Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Diretor de origem argelina está na capital, para debater cinema suíço

Karim Sayad representa a nova geração de criadores suíços, bastante interessada em aprofundar questões sociais e de formação de pátria



Diretor de origem argelina, mas nascido na cidade suíça de Lausanne, o diretor Karim Sayad, aos 33 anos, é o atrativo na noite especial para o 7; Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo. Cineasta estreante com o drama documental Sobre ovelhas e homens, detentor do prêmio do júri no 53; Solothurner Filmtage, Karim representa os novos realizadores da terra de Jean-Luc Godard. Ex-estudante de elações internacionais em Genebra, ele comandou o curta Babor Casanova (2015), antes de despontar em longa. No filme (que começa às 19h, no CCBB, em sessão, hoje, dia 29 de maio), Sayad mostra interesses conflitantes entre criadores de ovelhas: um jovem que quer ver os animais na arena, para disputa de lutas, e o mais velho, com vontade de comercializar a carne dos bichos. Confira a entrevista:


Como o conhecimento de culturas diversas influencia o conceito de seus filmes?

Não sei se diferencia a minha produção em cinema, já que tenho traços pessoais e origens relacionadas não apenas a mim, mas ainda ao país do meu pai. Em termos de limite, posso dizer que meu lastro acadêmico abriu minha cabeça para o mundo, me tornou curioso acerca de muita coisa e me auxiliou demasiado em vários níveis de contexto.

Como alcança o orçamento para a sua produção em cinema?

Na Suíça dispomos de três meios de incentivo para a produção aos quais posso ter acesso. Existe um flanco para falantes de francês, num fórum de cinema que estimula produções, além do fundo oficial do governo e da tevê. Tivemos, para meu novo filme, acesso a todos estes meios, além de contarmos com dinheiro da França e Catar. Você tem que convencer um corpo de jurados, a partir de um roteiro, com o respaldo de um produtor que assegure o projeto.
Vocês recebem tratamentos diferenciados, quando da produção de documentários ou de ficções?

O maior custo para os documentários está no emprego de tempo, e maturo de forma muito peculiar cada projeto, dado meu cuidado para tratar de um tema. Ter o aval da representação de parte da sociedade demanda tempo. Não precisamos de tanto equipamento e de tanta equipe, ao falar de documentário. A confiança junto aos personagens é que vai temperar o filme, no diferencial. Tudo isso demanda tempo, e tempo é dinheiro.