A sala da maquete de Brasília no Espaço Lucio Costa vai se transformar em um centro de comandos virtuais capaz de levar o público para uma viagem tecnológica com ares de ficção científica. A partir de sexta-feira, a artista e arquiteta Gabriela Bilá e o escritório Entrequadras ocupam o local com uma instalação que vai valorizar os 13 m; da maquete mais conhecida de Brasília.
Idealizado para captar a atenção do público e estimular a curiosidade pela história da capital, Escala Brasília, Maquete 4D é uma projeção interativa mapeada sobre a maquete. Com auxílio de telas touch screen localizadas em terminais ao redor da maquete, o visitante poderá escolher o conteúdo ao qual será exposto. Ao selecionar um prédio, monumento ou local da cidade, o público acionará uma série de informações que podem ir dos detalhes da construção daquele ponto específico à própria história de Brasília. ;É como se pegássemos a maquete e acrescentássemos informações novas;, explica Gabriela.
Com um orçamento de R$ 50 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), a instalação vai ocupar o espaço durante 10 dias. No lançamento, na sexta-feira, haverá projeções na parte externa da Praça dos Três Poderes com som programado por um DJ. A intenção é movimentar um ponto histórico pouco visitado e nem sempre lembrado. ;O espaço tem uma história tão importante, mas fica um pouco esquecido;, lamenta a artista, que é diretora de conteúdo do projeto.
Toda a tecnologia utilizada na projeção foi desenvolvida em Brasília. Além do conteúdo, a cargo de Gabriela, o software que produz a interação foi criado pelo Entrequadras e o texto de apresentação vem assinado por Maria Elisa Costa, filha de Lucio Costa. ;Ela entendeu a instalação como se fosse um processo de continuar o que Brasília tem de inovação;, conta Gabriela. ;E todas as informações são coisas que estão representadas na maquete.;
As ideias que nortearam o plano urbanístico da cidade ; construída com base na ideia das escalas residencial, gregária, bucólica e monumental ; são explicadas nas projeções, assim como a arquitetura, com espaço para os nomes que projetaram a cidade além de Oscar Niemeyer, detalhes do mobiliário urbano, das superquadras e dos espaços de convivência. Os setores também estão representados e os idealizadores aproveitaram para inserir histórias da época da construção. O público poderá, por exemplo, consultar informações sobre a localização da Vila Amaury, hoje submersa sob o Lago Paranoá, sobre a Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, e sobre o local no qual foi realizada a primeira missa. A natureza está contemplada com representações dos parques mais importantes da cidade.
Gabriela lembra que Brasília só existe porque um grupo de pessoas ousou projetar o futuro. A cidade é fruto da ousadia e da implantação de ideias avançadas, uma experiência que acabaria por servir de modelo para toda uma escola da arquitetura e do urbanismo. Inovação sempre foi uma ideia que guiou os criadores e é esse fio que a instalação pretende retomar.
Escala Brasília, Maquete 4D
Abertura sexta, às 19h, no Espaço Lucio Costa (Praça dos Três Poderes). Visitação até 6 de maio, de segunda a domingo, das 9h às 18h. Entrada franca. Classificação indicativa livre.