<div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2018/04/08/671847/20180407163308427023u.jpg" alt="Heloísa Périssé está em cartaz na cidade com monólogo escrito por ela" /><br /></div><div style="text-align: justify"> </div><div style="text-align: justify">Dona de uma personalidade forte e uma fé inabalável, Heloísa Périssé é um dos nomes mais conhecidos do humor da televisão brasileira. Apesar de as comédias terem marcado a carreira dela, Heloísa caminha entre o humor e o drama com facilidade. Com mais de 20 anos de carreira, ela tem trabalhos diversos, tanto no cinema quanto na tevê e no teatro. Intérprete de personagens amadas pelo público, como a inesquecível Tati, uma adolescente ;irada;, ela também atuou ao lado do grande humorista Chico Anysio (de quem foi nora) e tem uma parceria de longa data com a atriz Ingrid Guimarães, que rendeu frutos como o espetáculo <em>Cócegas</em> e deve trazer mais risadas no futuro. Em Brasília neste fim de semana com o monólogo <em>E foram, quase felizes para sempre</em>, a atriz se aventura pelo novo projeto escrito e estrelado por ela. Em entrevista ao <strong>Correio</strong>, Heloísa fala de tudo um pouco: do espetáculo, das filhas atrizes, da forma como o humor está sendo feito hoje, da relação com a internet e de seu amor por Jesus.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Além de estrelar, você também escreveu <em>E foram, quase felizes para sempre</em>. Qual é o principal desafio ao escrever esse espetáculo?</strong></div><div style="text-align: justify">O fato de escrever um espetáculo em que você atua te deixa numa zona de conforto bastante interessante, porque você sabe exatamente o que quer. Então, foi muito legal ter escrito esse texto e conseguido realizar o espetáculo exatamente da forma como eu queria.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>A peça fala de relacionamentos amorosos, né?</strong></div><div style="text-align: justify">A peça, na realidade, fala de diferenças. Como você lida com a diferença do outro, do outro ser humano, não só de relacionamentos, mas sim das diferenças em si, porque o que nós temos de igual é que nós somos completamente diferentes. Quando um casal fica junto ; que consegue, porque isso é uma empreitada diária ;, o primeiro comentário que você ouve das pessoas é que eles são completamente diferentes. As pessoas são completamente diferentes e completamente iguais também. Na verdade, você tem que saber por onde se ligar na pessoa. A história fala disso, todos nós temos defeitos e qualidades, então é o que você opta por ver. A vida é uma opção.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Além do monólogo, você tem outros projetos?</strong></div><div style="text-align: justify">Em julho, eu estou estreando duas peças: uma infantil, Lololand, que é um musical, e a outra é a Loloucas, com Maria Clara Gueiros.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Como você enxerga a comédia hoje? Acha que o politicamente correto modificou a forma como ohumor está sendo feito?</strong></div><div style="text-align: justify">Eu acho que o politicamente correto tirou a gente de uma zona de comodismo. Deu para nós, humoristas e artistas, uma forma diferente de encarar o humor. Eu comparo sempre o humor com o sexo, acho que o sexo, como o humor, tem que ser bom para os dois. Não interessa o que seja, só tem que ser bom para os dois. Então, eu acho que você pode rir com alguém. Rir de alguém já não é tão simpático. E talvez esse politicamente correto tenha vindo para dar uma cerceada por um lado, mas por outro abre a mente para começar a procurar outras formas de fazer graça. De repente, formas mais edificantes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Você e Ingrid Guimarães ficaram conhecidas por diversos trabalhos juntas, como a peça <em>Cócegas</em>. Vocês pretendem voltar a trabalhar juntas? Tem algum projeto nesse sentido?</strong></div><div style="text-align: justify">Em 2021, o <em>Cócegas</em> faz 20 anos. Então a gente vai montar uma turnê pelo Brasil todo de novo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Sua filha, Luisa Perissé, também tem investido na carreira de atriz. Que tipos de conselhos você deu para ela quando ela sinalizou que queria seguir a sua carreira?</strong></div><div style="text-align: justify">Eu digo: ;Minha filha, tenha verdade. Em tudo que você quiser, verdade;. Com a verdade não há argumento, verdade é verdade. Então, vai fazer comédia, faça com verdade.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Ano passado, você também estrelou a peça Alice no país da internet, com a Luísa e a sua outra filha, Antônia. Como foi contracenar com elas?</strong></div><div style="text-align: justify">Foi lindo e emocionante. É até difícil perguntar, porque nesse momento eu não consigo dividir a atriz da mãe. Se eu não tomasse cuidado, eu ficava assistindo a elas atuarem (risos).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Alice no país da internet falava da internet. Sabemos que ela é tanto boa quanto ruim para nós, pois polariza a comunicação entre as pessoas. Você costuma estar no mundo virtual?</strong></div><div style="text-align: justify">Eu entro bastante na internet, mas sempre lembrando que a internet polariza, é um campo que ainda está sendo descoberto, então ainda não tem muitas regras. Você encontra de tudo. Então, eu faço as minhas opções. Eu faço as minhas escolhas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Você costuma ver muitos comentários ou coisas de haters?</strong></div><div style="text-align: justify">Não, não vejo nada de haters. Jogo um love pra eles (risos).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Você é uma atriz bastante versátil, que consegue ir do humor ao drama. Você tem alguma preferência por um desses gêneros?</strong></div><div style="text-align: justify">Não, não tenho uma preferência explícita. Claro que a minha entrada é a comédia, mas isso é uma questão de personalidade. Eu sou, graças a Deus, uma pessoa leve, não sou uma pessoa pesada. Como eu te falei desde o início, eu faço as minhas escolhas, então eu procuro sempre fazer as melhores. Por exemplo, se tiver que engolir sapo, eu prefiro engolir sapo, que é proteína, do que eu comer o pão que o Diabo amassou, que é carboidrato (risos).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Você é uma pessoa bastante religiosa. Qual é a importância da religiosidade na sua vida?</strong></div><div style="text-align: justify">Tudo. É o meu início, meio e fim. É meu norte. Eu fiz uma igreja na minha casa que eu chamo de Céuzinho, onde eu faço toda terça-feira, às 20h, um encontro. Então, se você me perguntar hoje, como eu me classifico, eu me classifico como discípula de Jesus, a cada dia mais apaixonada por Ele. Meu maior desejo é falar da Graça e poder mostrar isso cada vez mais, jogar essa luz para as pessoas, pois a gente está aqui para ser feliz e que a gente possa viver aqui com bastante plenitude, num mundo onde a gente não viva mais a competição, e sim a cooperação. É o amor.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>Como você vê o espaço para as mulheres hoje no mundo artístico?</strong></div><div style="text-align: justify">A gente está se firmando aí com bastante luta. Lógico que temos que levar em consideração que, no Brasil, a mulher pôde começar a votar só em 1930, há um pouquinho de tempo. Então, acho que, como toda busca, às vezes você parte primeiro para um excesso e aí vai entrando em um equilíbrio. É nessa fase onde realmente a mulher acaba se encontrando e percebendo que não é só viver para o trabalho, não é só viver para a família, não é queimar sutiã, porque também sutiã é necessário, mas é saber usar, como usar, é o como. A gente está em uma fase de entender como realizar.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>*Estagiária sob supervisão de Vinicius Nader</strong></div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify"><strong>E foram, quase felizes para sempre</strong></div><div style="text-align: justify"><em>Teatro dos Bancários (314/315 Sul). Hoje, às 19h. Ingressos a R$ 60 (meia-entrada) e R$ 120 (inteira). À venda na bilheteria do teatro, na panificadora Belini da 113 Sul, nas lojas da Bilheteria Digital do Pátio Brasil, Conjunto Nacional e Brasília Shopping ou pelo site www.bilheteriadigital.com. Não recomendado para menores de 14 anos.</em></div>