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Marcos Sacramento é intérprete de muitas facetas. No segundo semestre de 2017, brilhou no musical Puro Ney no qual, ao lado da atriz e cantora Soraya Ravengle, fazia releitura teatral de canções do repertório de Ney Matogrosso. Recentemente lançou o CD Aracy de Almeida ; A rainha dos parangolés, num tributo à inesquecível cantora carioca.
Sobre o cantor niteroiense, o biógrafo Ruy Castro escreveu: ;Não há nada que Sacramento não possa cantar. Seu domínio é absoluto quando solta a voz e, se quiser, se adianta e se atrasa, faz recitativo ou breque, muda de tom no meio de uma palavra e aterrissa com perfeição na última sílaba. Tudo isso com o maior balanço. Não é apenas um sambista perfeito, mas um cantor completo;.
De volta a Brasília, onde esteve algumas vezes, participando de diferentes projetos, ele divide a cena no Espaço Cultural do Choro com o violonista Zé Paulo Becker hoje, às 21h, no show em que revisita os afro-sambas, criados por Baden Powell e Vinicius de Moraes ;, capítulo importante da antologia da música popular brasileira ; e registrados em LP de 1966.
;Esse show foi idealizado há cinco anos e fez parte do projeto Vinicius, o poeta do encontro criado pelo Centro Cultural Banco do Brasil, para celebrar o centenário de Vinicius de Moraes. No ano passado, o Zé Paulo Becker e eu voltamos a fazê-lo, em comemoração aos 80 anos do Baden Powell, inclusive no Blue Note, no Rio. Queríamos muito levá-lo a Brasília, e o convite do Clube do Choro veio em boa hora;, comemora Sacramento.
No show, estão em destaque os afro- sambas Canto de Ossanha, Canto de Xangô, Canto de Iemanjá, Bocachê, Tempo de amar e Tristeza e solidão. O repertório é complementado por outras canções gravadas pelo cantor e por temas de autoria do violonista, integrante do Trio Madeira Brasil. ;Mostraremos também músicas que gravamos juntos no CD Todo mundo quer amar, lançado em 2010;, anuncia.
Sacramento acaba de lançar seu 11; disco, com o qual presta tributo à memória de Aracy de Almeida, na passagem dos 30 anos da morte da ;Arquiduquesa do Encantado;. Com produção de Hermínio Bello de Carvalho, ele teve a companhia do violonista Luiz Flávio Alcofra e conta com a participação da cavaquinista Luciana Rabello.
Com 10 faixas, o álbum, que saiu pelo selo carioca Acari Records, traz clássicos, como Filosofia, São coisas nossas, O orvalho vem caindo e Último desejo (Noel Rosa), Camisa amarela (Ary Barroso), Louco (Wilson Batista e Hennrique de Almeida) e Quando tu passas por mim (Antônio Maria e Vinicius de Moraes).
;A minha geração conheceu a Aracy como a jurada mal-humorada do programa do Sílvio Santos. Que revelação descobrir a cantora! Na década de 1990, comecei a gravar Noel nos meus discos de samba e percebi que Aracy sempre foi vanguarda: andava com os poetas, bebia com os boêmios e cantava com uma liberdade acintosa para a época. Iconoclasta, outsider, debochada, dos parangolés e, ainda assim, diva;, elogia.