Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Bruno Mars surpreende e domina o Grammy

A vitória de Mars, um havaiano de 32 anos, por "24K Magic", seu terceiro álbum, deixou para trás as produções do hip hop que eram consideradas favoritas


"Despacito", o hit viral de Luis Fonsi, que recebeu três indicações por seu remix con Daddy Yankee e Justin Bieber, não venceu em nenhuma categoria.

A vitória de Mars, um havaiano de 32 anos, por "24K Magic", seu terceiro álbum, deixou para trás as produções do hip hop que eram consideradas favoritas: "4:44" de Jay-Z, que apesar de ter recebido oito indicações voltou para casa de mãos vazias, e "DAMN." de Kendrick Lamar, que recebeu cinco prêmios, incluindo melhor álbum de rap e melhor canção de rap por "Humble.".

[FOTO1095465]

Apesar do domínio do hip hop nas paradas de sucesso americanas nos últimos anos, até hoje apenas dois álbuns de rap venceram o Grammy de álbum do ano.

Alessia Cara, que iniciou a carreira com vídeos no YouTube gravados em seu quarto e se tornou uma cantora pop com consciência social, venceu na categoria artista revelação. A canadense de 21 anos, que cresceu no subúrbio de Toronto, superou, entre outros, o cantor Khalid, artista com o qual ela colaborou na canção sobre linha de prevenção do suicídio "1-800-273-8255".

Rosas brancas
A cerimônia, que voltou a Nova York após 14 anos em Los Angeles para marcar a 60; edição do Grammy, também contou com a presença do movimento #Time;s Up, com direito a uma apresentação de Kesha e fortes discursos de Janelle Monae e do rapper Logic.

"A todos os que se atrevem a tentar nos silenciar, oferecemos duas palavras: Time;s Up. Acabou a desigualdade de salário, a discriminação, o assédio sob todas as suas formas e os abusos de poder", disse Monae ao apresentar Kesha, que luta há vários anos nos tribunais contra seu ex-produtor, Dr. Luke, a quem acusa de estupro.

Vestida de branco, ao lado de várias cantoras, como Cyndi Laupe e Camila Cabello, Kesha fez uma interpretação emocionada da canção "Praying", que terminou em lágrimas e em um grande abraço de todas as artistas.

Muitos músicos como Lady Gaga usaram no domingo uma rosa branca em solidariedade com as vítimas de abuso sexual. A jovem cantora Camila Cabello lembrou dos "Dreamers", os quase dois milhões imigrantes que foram levados ilegalmente aos Estados Unidos por seus pais e que estão sob ameaça de deportação do governo de Donald Trump.

O presidente americano também foi criticado quando o apresentador da cerimônia, James Corden, destacou o pouco apreço de Trump pela leitura. Neste momento foi exibido um vídeo com celebridades lendo trechos do livro "Fire and Fury: Inside the Trump White House", que faz um relato sobre o primeiro ano de seu mandato.

Músicos críticos de Trump como Cher e Snoop Dog leram vários trechos, assim como Hillary Clinton, derrotada pelo republicano nas eleições de 2016. "Com isto eu venço o Grammy", disse Clinton após ler algumas linhas.