Ronayre Nunes
postado em 04/12/2017 11:00
;Os tempos não se tornaram mais violentos. Apenas se tornaram mais televisivos;. A icônica frase de um dos maiores nomes da indústria do entretenimento, Marilyn Monroe, já mostrava na década de 1950 o quanto a produção de cinema, da televisão e da música tem uma atração quase que inata perante à violência.
Um dos maiores símbolos desse disrupção é o do assassino em série Charles Manson, que morreu de causas naturais em 19 de novembro na cadeia. Mais do que chocar o mundo com crimes brutais e lavagem cerebral, Manson se tornou uma espécie de ídolo da televisão, tendo seu nome nas mais diversas produções e até gravando um álbum próprio.
Um dos maiores símbolos desse disrupção é o do assassino em série Charles Manson, que morreu de causas naturais em 19 de novembro na cadeia. Mais do que chocar o mundo com crimes brutais e lavagem cerebral, Manson se tornou uma espécie de ídolo da televisão, tendo seu nome nas mais diversas produções e até gravando um álbum próprio.
[SAIBAMAIS]Manson conseguiu a fama de uma forma tenebrosa. O homem foi o criador da ;família Manson;, uma espécie de ceita que pregava a morte e fechou um ciclo na década de 1960 na sociedade norte-americana, que, até então, pregava fortemente a paz e o amor.
Acusado pela morte de 69 pessoas ; entre elas a da atriz, grávida do diretor Roman Polanski, Sheron Tate ; Manson conseguiu uma carreira de sucesso ao ser representado em várias produções.
Acusado pela morte de 69 pessoas ; entre elas a da atriz, grávida do diretor Roman Polanski, Sheron Tate ; Manson conseguiu uma carreira de sucesso ao ser representado em várias produções.
Assassinos na tevê, no cinema e na música
O cinema foi o meio que mais explorou a vida de Manson e vários outros assassinos. Na tentativa de contar o episódio, diversas produções apostaram na história do assassino e de seu clã. Filmes como Eu bebo seu sangue, de 1970; Manson, de 1973; Helter Skelter, de 1976; Manson family, de 1984; Charles Manson superstar, de 1989; e Leslie, my name is evil, de 2009 fizeram do assassino um sucesso de bilheteria. Na televisão, o assassino foi estrela da série Aquarius, de 2015, e algumas passagens de American horror story: Cult (2017) também mostram trechos da história de Manson.
Mas é na música que Charles Manson tem a história mais curiosa. O homem gravou o próprio álbum ; Lie: The love and terror cult ; sob o comando do produtor Phil Kaufman. Como era de se esperar, o trabalho, que foi composto e cantado por Manson, é substancialmente assustador.
E a influência musical de Manson foi mais longe ainda. Dennis Wilson, baterista do grupo Beach Boys, conheceu o assassino enquanto ele realizava Lie: The love and terror cult, e, inclusive, usou trechos de algumas faixas para produzir o álbum 20/20, de 1969, da banda. Mesmo com a batida pop, a música Never learn not to love tem a composição de Manson.
Guns N; Roses, Marilyn Manson, The Lemonheads, Cabaret Voltaire, Crispin Glover e Devendra Banhart foram outros que também fizeram cover ou usaram da sonoridade e letras de Manson em seus próprios trabalhos.
Opinião de especialista
A professora Laércia Abreu Vasconcelos, do departamento de Processos Psicológicos Básicos, da Universidade de Brasília, realiza uma análise equilibrada da reprodução das histórias de assassinos e assassinatos nas mídias. Para Laércia, o excesso de reprodução é o principal perigo para o público: ;É uma interpretação que precisa ser analisada e pesquisada por cientistas da comunicação e da psicologia. É preciso encontrar uma forma de transmitir a notícia, de contar a história, mas sem essa superexposição de atos violentos;.
A professora ainda completa: ;O sensacionalismo vai trazer audiência, mas isso tem uma função de alto risco que é classificar um ato violento como algo passível de reprodução;.