Esqueça o ar sisudo de deus nórdico, deixe para lá a seriedade quase sem humor e a imponência permanente. O Thor que aparece nas telonas, a partir de hoje, em Ragnarok, está bem longe disso tudo. Em uma produção ousada, colorida e cheia de riscos, a Marvel resolveu mudar um pouco o jogo e apresentar uma versão destrambelhada e brincalhona do personagem.
Um monte de piadas, depois um pouco mais de ação e, assim, sucessivamente. Dirigido pelo neozelandês Taika Waititi, Thor: Ragnarok é aposta da Marvel em um filme que não se leva a sério. E isso não quer dizer deixar de lado as qualidades que fizeram o estúdio dar certo nos cinemas.
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Tanto que Ragnarok se deu bem entre os críticos até agora. A maioria das avaliações elogia a ousadia e classifica o longa como um dos mais divertidos e engraçados da produtora. Com tudo isso, o filme chega aos cinemas com a expectativa de ser mais um dos estrondosos sucessos de bilheteria do estúdio.
A base do enredo de Ragnarok é o exílio do pai de Thor, Odin (Anthony Hopkins). Ele foi banido da terra natal, Asgard, e é procurado pelo filho. A ausência dele na região, no entanto, faz com que a vilã Hela (Deusa da morte interpretada por Cate Blanchett) ataque o reino e queira tomá-lo em um arroubo que pode colocar em risco todo o universo.
Thor (Chris Hemsworth) não está sozinho na jornada contra Hela. Ele não tem, porém, o apoio dos Vingadores clássicos. Nada de Capitão América e Homem de Ferro desta vez. Em vez disso, ele tem como parceiros o forte (mas pouco racional) Hulk (Mark Ruffalo), o irmão Loki (Tom Hiddleston) e a estreante Valquíria (Tessa Thompson).
Dá para imaginar que os quatro não formam exatamente uma equipe, já que Loki era, até pouco tempo, vilão, Hulk não trabalha muito bem em conjunto e Valquíria acabou de chegar ao universo Marvel nos cinemas. O grupo (meio sem jeito e sem cara de grupo) se esforça para vencer as ameaças.
A própria configuração desses Vingadores paralelos é um reflexo do que é Thor: Ragnarok. Uma equipe pouco convencional para um filme que tenta, ao máximo, fugir de regras e definições muito sérias. Os quatro juntos serão responsáveis pelos momentos de ação e de humor do longa.
Liberdade criativa
Thor: Ragnarok é o primeiro blockbuster do diretor Taika Waititi. Na estreia, ele faz questão de deixar uma marca na cinematografia da Marvel ao incorporar tantas ousadias. Em entrevistas, o próprio Waititi deixou claro que teve liberdade para fazer o filme que gostaria.
;Eles queriam novas vozes com outras maneiras de contar uma história. Todo o trabalho com os atores, tudo que acabou sendo reescrito no momento eram coisas que eu queria fazer de verdade;, disse Waititi à imprensa americana.
Quando perguntado sobre o que fazia de Ragnarok diferente dos outros filmes de Thor, o protagonista Chris Hemsworth respondeu de pronto: ;Taika Waititi, basicamente;. O trabalho do diretor, segundo Chris, foi o que deu uma cara nova ao longa e aos personagens.
;Ele constantemente nos encorajou a improvisar, a explorar e a correr riscos. Foi uma das experiências mais agradáveis que já tive em um set e é um filme do qual me sinto mais orgulhoso por causa de toda essa equipe e da colaboração e da diversão que tivemos;, disse o ator ao portal Collider.
Um apocalipse
Se, no longa, o bom humor é uma parte fundamental, a história que dá base para o filme não é tão colorida assim. Ragnarok, na mitologia nórdica, foi uma espécie de apocalipse, marcado por um período tenebroso de guerras e violência.
Na história, um inverno terrível (e outras mudanças climáticas) são responsáveis pela chegada de tempos nefastos. Loki, no original, é o vilão e aproveita o momento para atacar os outros deuses e tentar conquistar tudo. Ele é acompanhado por dois filhos: Fenrir, um lobo monstruoso, e J;rmungandr, uma serpente gigantesca.
Diferentemente do filme, a história não acaba nada bem para alguns personagens, como o próprio Thor e o pai, Odin, que são derrotados.
A origem
Thor nasceu muito antes de se tornar personagem das histórias em quadrinhos e do cinema. Ele tem origem na mitologia nórdica, que tem como base um poema de 1056 e uma prosa de 1640. Lá, Thor é o deus do trovão e das batalhas e usa como arma um martelo, chamado Mjolnir. Ele usa também o cinto Megingjard, que lhe dá diversos poderes. O personagem dos quadrinhos foi inspirado, com algumas liberdades, no Thor da mitologia nórdica. Ele apareceu pela primeira vez em uma HQ no ano de 1962.