Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Nova formação dos Titãs abre Palco Mundo na pressão

A banda se apresentou com três integrantes originais

Lugar nenhum, Diversão, AA UU, Televisão, Sonífera ilha, Cabeça dinossauro, Homem primata, Epitáfio, Flores, Bichos escrotos... Um setlist para levar ao delírio qualquer fã dos Titãs - e fazer cantar praticamente todo brasileiro urbano de 20 e poucos a 50 e poucos anos que tenha crescido com uma tevê ligada em casa.

Aos 35 anos de carreira, a banda paulistana, com três de seus integrantes originais - Branco Mello, Sergio Britto e Tony Belloto, aos quais se juntam na formação atual Beto Lee, na guitarra, e Mário Fabre, na bateria - abriu o Palco Mundo mostrando que seu repertório não envelhecerá enquanto o Brasil não mudar.

O público cantou tudo. Mesmo as três músicas inéditas da noite, Doze flores amarelas, Me estupre e A festa, parte da ópera-rock a ser lançada pela banda em 2018, com Marcelo Rubens Paiva e Hugo Possolo, tiveram atenção. "Parece que a gente está tocando para pouca gente, íntima, que entende o que a gente quer dizer", disse Britto, entre elas.

O show teve um forte tom de indignação com a política, os abusos de autoridade e as violências nossas do dia-a-dia, suscitado pelas letras de Aluga-se, Desordem, Polícia e Vossa excelência, que fechou a noite. "Nossa homenagem à nossa classe política e a algumas das maiores fortunas do nosso Brasil varonil", zombou Britto. "Todos nós merecemos muitíssimo mais".