Diretor de Cisne negro, Darren Aronofsky quase não faz filmes fáceis. Com personagens perturbados, Darren nem sempre agrada ao público. É o caso de Mãe. Com boas avaliações por parte dos críticos, o longa estrelado por Jennifer Lawrence causou revolta em parte do público americano e recebeu vaias no Festival de Veneza.
No evento, o diretor explicou que o incômodo foi, de certa maneira, intencional. ;Não quis fazer o público se sentir à vontade, assim como a protagonista nunca está: ela jamais sabe o que vai acontecer;, disse à imprensa.
Presidente de marketing da Paramount, Megan Colligan saiu em defesa do longa. ;O filme é muito audacioso e corajoso. Estamos falando de um diretor e uma atriz que estão no auge de suas carreiras. Não queremos que todos os filmes sejam apostas seguras. E tudo bem se algumas pessoas não gostaram;, declarou.
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Boa parte da polêmica pode ter relação com referências e citações bíblicas presentes no filme, que é uma espécie de terror psicológico. No enredo, um escritor (Javier Bardem) e sua mulher (Jennifer Lawrence) mudam-se para uma casa no campo para tentar resolver a crise criativa do artista. Nenhum dos personagens tem nome.
Lá, a personagem de Lawrence reforma toda a casa para tentar ajudar o marido a retomar as atividades como escritor. Tudo segue sem mudanças, até que um dia um casal de estranhos chega ao local e é abrigado pelo marido. Tomado pelo ego e pela bajulação, ele os convida para ficar na casa e consegue, inclusive, voltar a escrever.
A partir daí, a vida da mulher passa a se tornar terrível. Visões, agressões verbais e toda sorte de problemas começam a surgir. Gravado, na maior parte do tempo, pelo ponto de vista dela, o longa apresenta o desespero e o desconforto da personagem com as incômodas visitas, pelas quais o marido faz tudo.
Na segunda parte do filme, sem a presença do casal de visitantes, a vida dos personagens de Bardem e Lawrence parece se ajeitar. Ela está grávida, ele voltou a escrever. Tudo corre bem. Até que a volta da fama, com um novo livro, faz com que vários fãs apareçam. E, ao que tudo indica, a tormenta começa outra vez para a personagem de Lawrence.
A própria casa ganha bastante importância durante o filme. Ela parece ter vida própria e começa a apresentar uma espécie de pulsação conforme os acontecimentos aterrorizam e perturbam a personagem de Lawrence.
A atriz, em coletiva durante o Festival de Veneza, disse que o papel foi um dos mais difíceis da carreira. Ela destacou também a ajuda do diretor e namorado Darren Aronofsky.
;Foi um personagem completamente diferente e também um lado bem distinto de mim, um lado que ainda não conhecia. Ensaiamos por três meses. Darren me ajudou a entrar em contato com ela. Foi até hoje o papel que mais me fez sair de mim;, afirmou.
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