O gaúcho Julio Andrade é o tipo de ator que ama o cinema. Em sua carreira, ele tem mais de 30 filmes no currículo, entre eles, longas de sucesso como Elis (2016), Reza a lenda (2016), Trash (2014), Gonzaga ; De pai para filho (2012), Meu tio matou um cara (2004) e O homem que copiava (2003). Na televisão, ele tem experiência em algumas novelas, mas o forte mesmo sempre foram as séries ou minisséries, outro formato que se tornou um dos favoritos do astro. ;Sempre foi um formato que me chamou atenção por ter esse cuidado meio cinematográfico, mas com o texto e a urgência da televisão;, afirma o artista em entrevista ao Correio.
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A partir de segunda-feira, Andrade poderá ser visto em dose dupla na televisão e em dois papéis difíceis, em que ele dá vida a anti-heróis bastante humanizados e ligados a temáticas atuais do país. Na tevê aberta, ele interpreta o médico Evandro, um dos protagonistas do seriado Sob pressão. O papel já havia sido feito pelo ator em 2016 no filme homônimo e, neste ano, ganhou as telinhas em novo formato.
Já na tevê fechada, é o retorno do ator à série 1 contra todos, que, a partir das 22h30 nos canais Fox e Fox Premium, terá a exibição da segunda temporada. Na série da televisão por assinatura, o gaúcho volta a interpretar Cadu, advogado que foi preso injustamente após ser confundido com o traficante Dr. do Tráfico. Na nova temporada, Cadu foi inocentando, mas precisa lidar com o desafio de se reinserir no mercado de trabalho e acaba se envolvendo com política. Relembre a estreia da primeira temporada:
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;Essa temporada, o Cadu sai da cadeia e não consegue emprego por ser um ex-presidiário. Ele vai trabalhar na sapataria do sogro, mas aquilo o vai entristecendo. Ele começa a trabalhar em uma ONG (defendendo pessoas que também foram presas injustamente) e começa a dar certo. Ele decide ajudar mais pessoas e envereda para a política se lançando como candidato federal;, adianta Julio Andrade.
Se na primeira temporada 1 contra todos debatia o sistema carcerário, com a chegada da sequência, a produção abordará as entrelinhas da política nacional. ;Vamos focar esse ponto também. Mas a segunda temporada terá ainda um tom de humor que a primeira não tinha. Além de ter aquela coisa do Cadu sempre piorando a própria situação. Tem coisas que só acontecem com o Cadu, e tudo isso sob o pano de fundo dos bastidores da política;, completa.
Personagens humanizados
Debater temas atuais também é o que Julio Andrade faz na primeira temporada de Sob pressão. A produção discorre, ao longo dos episódios, sobre assuntos como a falência da saúde no Brasil, suicídio e violência doméstica. Inclusive, essa é uma busca constante do ator em seus trabalhos. ;São duas séries que tocam em pontos importantes, têm um cunho político e social, colocam em discussão debates e isso é muito interessante para mim como artista. Vejo minha função dando resultado. A minha busca sempre foi por personagens humanos. Quando o trabalho toca o coração das pessoas, é muito bonito;, define.
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Neste ano, Julio se dedicou mais à televisão. Sob pressão se tornou um dos sucessos da Globo e tudo indica que poderá ser renovado para uma segunda temporada. 1 contra todos, antes mesmo do lançamento da segunda temporada, tem a confirmação da terceira sequência, que começará a ser gravada ainda este mês. ;As séries estão tomando conta da minha rotina. Estou com um pouco de saudade de voltar a fazer cinema;, afirma.
Recentemente, o ator estava nas telonas interpretando a Morte em Malasartes e o duelo com a morte e deve voltar às salas de cinema agora apenas em 2018. Ao Correio, ele adiantou que tem duas produções gravadas: Todas as canções de amor, de Joana Mariani, e Paraíso perdido, de Monique Gardenberg, em que atua lado a lado com Erasmo Carlos. ;São dois filmes em que faço personagens musicais. Eu toco violão, canto. São personagens mais leves do que ando fazendo;, conta.
1 contra todos
Estreia amanhã, às 22h30, nos canais Fox e Fox Premium. Disponível também no aplicativo do canal.
Quatro perguntas/ Julio Andrade
Como é voltar a interpretar o Cadu em 1 contra todos?
Acho que voltar a fazer um personagem é uma coisa a que você se acostuma. É quase como um espetáculo de teatro. Você muda de lugar, faz a mesma peça, mas nunca é igual. É sempre um pouco diferente. Mas acho interessante, como ator, viver isso. Apesar de lidar com a saudade do cinema...
Como você tem recebido a boa repercussão do público em relação a seu papel em Sob pressão?
Acho que não é só comigo... É uma experiência supercarinhosa e respeitosa com meu trabalho. Algumas pessoas se emocionam vendo Sob pressão. O Evandro é um personagem pseudo-herói. Tem essa coisa de as pessoas se identificarem com ele. Isso está sendo superlegal. Dá uma visibilidade maior. A resposta é superpositiva.
Você falou que estará nos cinemas em dois filmes musicais. Como é a sua relação com a música?
Eu toco desde muito novo. Toquei em barzinhos, já tive banda e até hoje tenho um estúdio na minha casa. Eu e meu irmão, a gente continua tocando às vezes.
Você está no elenco de Elis, que é um dos filmes brasileiros que podem concorrer à vaga do Brasil no Oscar. Como recebeu isso?
Olha, eu nem sabia. Que legal! É um filme que representa uma artista muito importante e que eu tenho muito carinho de ter feito. Tomara que consiga. Foi ótimo trabalhar com Andreia Horta, que é minha irmã.