Antes mesmo de Lorde e Katy Perry lançarem seus álbuns, os materiais das cantoras estavam entre os mais aguardados deste ano no mundo pop. Mas por motivos diferentes. No caso da neozelandesa, havia uma expectativa do que a artista mostraria em seu segundo trabalho da carreira, o sucessor do bem-sucedido Pure heroine, de 2013. Já Katy Perry sempre gera interesse em razão de ser uma cantora conhecida como uma "máquina de hits". Basta lembrar de canções como I kissed a girl, Firework, Hot;n;cold, Roar e Dark horse.
É possível dizer que ambas tiveram sucesso com os lançamentos dos álbuns Melodrama (Lorde) e Witness (Katy Perry). Mas, novamente, por situações distantes. Lorde surpreendeu a todos ; crítica especializada e até fãs ; e logo se tornou a queridinha do momento por conta do CD. O disco tem sido apontado por especialistas como um dos melhores lançados em 2017 ; senão, o melhor para alguns críticos. Além disso, o álbum estreou no topo das paradas americanas, vendendo 109 mil cópias na primeira semana.
O motivo de tantos elogios e a boa repercussão de Melodrama está ligado a uma série de fatores. A começar pelo conceito do material, em que Lorde decidiu retratar nas 11 faixas uma noite de festa, que passa por momentos de êxtase (Green light) até a desaceleração (Liability (reprise)). Por ter escolhido essa ideia no álbum, Lorde até faz mais de uma versão de algumas faixas, como Sober e Liability, que ganham suas "reprises completamente diferentes", em que mostram uma evolução de pensamento da festa.
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Um dos fatores que mais surpreendeu no álbum de Lorde foi a escolha da sonoridade, que demonstrou uma maturidade da cantora de apenas 20 anos. A neozelandesa foi capaz de fazer canções radiofônicas, como Green light (o primeiro single lançado de Melodrama) e Homemade dynamite; músicas que imprimem sua marca do primeiro álbum, como The louvre; e até faixas que flertam mais com outros ritmos do que o pop tradicional.
Em novo formato
Conhecida por praticar um pop nos moldes da fórmula de sucesso, Katy Perry decidiu seguir um caminho um pouco diferente em Witness, mais recente trabalho, o primeiro depois de Prism (2013). Essa nova fase pôde ser vista assim que a artista lançou o primeiro single, Chained to the rhythm, e se consolidou com a chegada do álbum completo, que possui 15 canções.
A faixa que abre o material é a canção-título. Uma música que, logo de cara, demonstra uma nova influência de Katy Perry: uma sonoridade que flerta com o pop dos anos 1980, apesar das batidas digitais dos tempos atuais. Witness é uma boa faixa e, por isso, serve para abrir o material com fôlego para o restante das canções.
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Katy Perry arrisca em Witness, mas nem tanto. A própria cantora definiu o álbum como um "pop com propósito", o que chega a ser interessante, mas não atinge completamente a intenção se for comparado com CDs do mesmo estilo musical que buscaram mais conteúdo e tiveram sucesso, como Lemonade (Beyoncé) e Anti (Rihanna). Até porque Katy decidiu reacender uma rivalidade (infantil) com Taylor Swift em Swish swish, dueto com Nicki Minaj, em resposta a Bad blood, de Taylor Swift. E até se arrependeu, a ponto de mudar versos da canção em apresentação ao vivo e se desculpar com Taylor.
Entre erros e acertos, Katy Perry mostrou uma nova faceta de sua trajetória no mundo pop. Assim, deixa de lado uma sonoridade mais açucarada para apostar em mais seriedade. É um bom começo, mas, como a própria imprensa internacional concluiu Lorde elevou o nível e ficou difícil para Witness.
Melodrama
De Lorde. Republic Records, 11 faixas. Disponível nas plataformas digitais.
Witness
De Katy Perry. Capitol Recorde, 15 faixas. Disponível nas plataformas digitais.
Para ficar de olho
Hopeless fountain kingdom, de Halsey
A cantora norte-americana ganhou fama mundial ao participar do hit Closer, de Chainsmokers, apesar de já ter lançado no ano anterior o primeiro disco da carreira, Badlands (2015). A música bombou no ano passado e, neste ano, a artista lançou o segundo álbum da carreira sob o título de Hopeless fountain kingdom. O material veio como forma de firmar Halsey dentro da sonoridade pop mais alternativa, que a cantora apresentou em seu primeiro trabalho. Assim, o som de Halsey é menos dançante, encarnando um lado mais sombrio e meloso.
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Hopeless fountain kingdom
De Halsey. Digital Distribuition Ukraine, 16 faixas. Disponível nas plataformas digitais.
Dua Lipa, de Dua Lipa
A cantora anglo-albanesa, de 21 anos, se tornou conhecida na internet aos 14 anos fazendo covers de faixas de artistas como Nelly Furtado e Christina Aguilera. Desde 2015, ela vem lançando algumas faixas, que estão reunidas em seu primeiro álbum da carreira, que leva seu nome, Dua Lipa. Já conhecidas do público, entre as 17 faixas, estão Blow your mind e Be the one. O CD é uma forma de apresentar o som da cantora, que apresenta um pop excêntrico, dançante e, até certo ponto, nostálgico, com uma sonoridade que flerta com o passado.
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Dua Lipa
De Dua Lipa. Warner Music Group, 17 faixas. Disponível nas plataformas digitais.
All your fault: Pt 1, de Bebe Rexha
A cantora nova-iorquina ganhou destaque no mundo da música com os singles Cash cash e a polêmica participação em Hey mama, do DJ David Guetta. Durante um tempo, a artista não teve seu nome creditado na faixa do DJ, em que aparecia apenas o nome de Nicki Minaj. Após o lançamento em 2015 do EP, I don;t wanna grow up, a cantora divulgou o mais novo material. All your fault veio em duas partes. A primeira já está disponível e traz seis faixas, entre elas, o já hit I got you. O disco mostra o talento de Bebe, mas não chega a empolgar por ser bastante óbvio.
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All your fault: Pt 1
De Bebe Rexha. Warner Bros. Records, 6 faixas. Disponível nas plataformas digitais.