Dez anos viajando pelo mundo, com passagem por países como Hungria, Polônia, Bélgica e EUA. O resultado da jornada do artista plástico Tarciso Viriato serviu como inspiração para Short connections ou pequenas conexões, exposição de pinturas, colagens e desenhos em cartaz no Museu da República.
As obras da mostra trazem o olhar sensível e analítico de Tarciso e pequenas conexões entre as ideias e culturas dos países que visitou. São paisagens e objetos encontrados pelo artista em suas caminhadas cotidianas. ;Eu caminho todos os dias e isso me faz começar a pensar mais cedo. A cada dia todos nós presenciamos uma coisa nova, eu vou olhando para todos os cantos, fico atento a tudo ; pode ser um pedaço de papel amassado de um jeito diferente, uma latinha de refrigerante, uma carta de baralho, todos os objetos despertam um olhar sensível para a arte;, comenta o artista plástico.
Dessa forma, estão expostas latinhas amassadas que Tarciso pegou em uma avenida em Nova York, uma carta de baralho achada em uma rua na Hungria e até mesmo um prego achado em seu ateliê.
Recortes divertidos
Os desenhos do artista são representados por linhas livres e desobedientes, suas colagens são uma espécie de anotações em que o autor retrata o cotidiano de uma maneira livre, com intuito de passar uma história ou um significado. ;Minhas colagens revelam recortes divertidos, verdadeiras imagens de liquidificador, pois são uma mistura de cores e imagens sem qualquer pudor;, comenta Tarciso.
Tarciso Viriato nasceu em Fortaleza (CE), em 1950. Deu os primeiros passos no desenho, na escola primária. Suas influências iniciais decorrem do deslumbramento com as cores e formas dos pintores Manabu Mabe, Aldemir Martins e Antonio Bandeira. Formou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará em 1973 e, no ano de 1978, mudou-se para Brasília, onde construiu sua carreira artística, entre as avenidas, eixos e monumentos da cidade, sua pintura cresceu e foi calmamente ganhando outras cidades pelo mundo até chegar a Nova York, onde mantém ateliê.
;Quando estou no ateliê, tudo muda. As cores viram protagonistas no meu trabalho, emerge a proposta transvanguardista de fazer dos riscos, grafites e do caos o meu carnaval particular. E a proposta de pintar várias telas numa só ganha complexidade, aprofundando o jogo de sedução com o colorismo. A pintura começa a se entregar para você, tornando tudo mais fácil;, explica o artista.
Short connections ou pequenas conexões
Galeria Térreo do Museu Nacional da República. Visitação até 16 de julho, de terça a domingo, das 9h às 18h30. Entrada gratuita. Classificação indicativa livre.
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader