Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Tom Hanks e Emma Watson puxam o interesse por O círculo

Usuários do mundo virtual bastante supervisionados movimentam a trama do filme de James Posoldt que estreia nos cinemas hoje

Nome surgido no Festival de Sundance, há mais de década, quando fez sucesso com o filme Off the black, sobre alcoólatra interpretado por Nick Nolte, o diretor James Ponsoldt aumenta a projeção, à frente do longa-metragem O círculo, que chega hoje às telas de cinema. Dois nomes de peso no elenco estelar encabeçado por Tom Hanks e Emma Watson (Harry Potter) funcionam como chamariz. Além disso, um tema intrigante move a trama do thriller: funcionários de cadeia tecnológica observam mudanças sem precedentes e trabalham por aguda quebra de privacidade dos usuários do ramo virtual.
Com outros títulos ligados a redes de dependência ; Smashed: De volta à realidade, por exemplo, tratou do amor entre alcoólatras; e O maravilhoso agora examinou um universitário de vida desregrada ;, o cineasta James Ponsoldt tem fama de acirrar a visão cáustica em torno dos personagens de seus enredos. No caso de O círculo, Tom Hanks incorpora o papel de Eamon Bailey, empresário que comanda a Circle, uma corporação que investe, num crescente, na manipulação de dados das mídias sociais. Patton Oswalt é outro chefão destacado para gerenciar investidas danosas contra a privacidade de clientes.
Com um novo aparato chamado de SeeChange ; que apregoa a exposição incondicional da rotina pessoal dos usuários ;, a instituição pretende mesclar dados de bancos com um sistema de controle universal. O impacto do mecanismo foi um dos focos na crítica do filme publicado pela Variety, num texto que reforça o aspecto de o filme estar ;conduzido para nos alertar sobre como uma sociedade controlada virá a funcionar;.


Vigiada
Baseado em livro assinado por Dave Eggers e lançado há quatro anos no mercado editorial, O círculo traz Emma Watson no papel de Mae, uma universitária recrutada pela Circle para imergir numa experiência na qual, a título de teste, terá a vida documentada, em tempo integral, a favor de um empreendimento da corporação. Um grande dilema moral se instaura na vida de Mae, ressabiada ao espalhar o conceito da quebra de privacidade em níveis bastante perigosos.
Sem grande repercussão na bilheteria norte-americana, em que emplacou lucro de apenas US$ 20 milhões (vale a lembrança do orçamento de US$ 18 milhões), o longa contou com parcela de descrédito da crítica. O The Hollywood Reporter, por exemplo, alertou pela demora da adaptação de um best-seller de 2013, cuja perspectiva, na tela, já acusaria ;um material defasado;.
Escritor com bom trânsito como roteirista de cinema de fitas alternativas criadas por Spike Jonze (Onde vivem os monstros) e Sam Mendes (Distante nós vamos), Dave Eggers ajudou na transposição do livro para a telona. Ainda na linha indie indicada pelo passado de Eggers, O círculo conta com trilha sonora assinada por Danny Elfman, atuante em parcerias com Tim Burton. Recentemente morta, a atriz Glenne Headley tem aparição num dos últimos títulos da carreira, a exemplo do colega de cena Bill Paxton, outro com aparição póstuma. Karen Gillan aparece em O círculo, ao lado dos atores Ellar Coltrane (lembrado por Boyhood) e John Boyega (Star Wars: O despertar da força).