Criado a partir da ideia de unir diferentes vozes e nações ao redor do objetivo em comum de transformar o próprio planeta, o Festival Internacional Nación Pachamama chega a sua sexta edição. Para incentivar a reflexão e o debate acerca de alternativas para o desenvolvimento global, o movimento escolheu como tema central do encontro: ;Desde todas as vozes, liberando a unidade ecossocialista;. Na programação do Festival estão previstas rodas de conversas, apresentações musicais e teatrais, meditações, palestras, danças e rituais.
A Nación Pachamama (Mãe Terra) surgiu em 2012, buscando se conectar com vários povos e jeitos diferentes de ser e de estar no mundo, todos eles ligados à terra e à espiritualidade. Na lista dos convidados, representantes de diferentes estados do Brasil, além de países como Peru, Argentina e Uruguai. Entre artistas, professores, líderes indígenas e escritores, o festival busca disseminar a ideia de aprendizado a partir de tradições de diferentes regiões do mundo. O ator e ativista Chuflete Molina é um dos coordenadores do projeto e conta que a ideia é unir diferentes vozes e lutas em busca de um objetivo comum. ;É preciso repensar nosso modo de consumir, produzir e estar no mundo, enxergando o planeta como um ser vivo;, afirma o coordenador.
O resgate da relação entre homem e natureza, criando novas formas ecológicas de produção, é um dos pontos de destaque do encontro. ;Estamos num momento de emergência global. Basta olhar como está a situação da água em nossa cidade e outras cidades do Brasil. Então, se o Brasil, que é um dos países com mais recursos hídricos do mundo, está passando por racionamento, o que estamos fazendo com nosso planeta?;, questiona Molina.
A ideia é, não só dialogar, mas trocar olhares, manifestações artísticas e tradições. No domingo, por exemplo, o Pachamama promove o Inti Raymi, a festa do Sol, que é celebrada em toda a América Latina e que chega com o objetivo de resgatar no Brasil um senso de unidade e pertencimento à região. Os convidados foram escolhidos a partir do tema geral, que é Desde todas as vozes, e muito a partir do que têm contribuído com suas vidas e lutas para dar voz aos que não tem. Entre os convidados brasilienses está a poeta Cristiane Sobral, que leva uma performance intitulada O brado negro: sagrada esperança, reflexo de toda uma vida de luta e poesia. Marina Mara e Jul Pagul completam a roda de poéticas femininas.