Antes mesmo da banda Móveis Coloniais de Acaju anunciar o fim, o músico Esdras Nogueira mantinha projetos paralelos ao grupo. Mas foi com o encerramento que o saxofonista passou a se dedicar a carreira solo. Neste ano, ele rodou o país em turnê com o projeto Esdras Nogueira Quinteto, que teve financiamento do Fundo de Apoio a Cultura (FAC) e que terá encerramento hoje com show no Sesc Ceilândia.
;Durante a turnê, algumas pessoas me conheciam pelo trabalho no Móveis, mas não sabiam exatamente como era meu som. Foi um recomeço, uma forma interessante de mostrar o meu trabalho. Eu não fazia muito shows porque com o Móveis não dava tempo. Quando a banda parou, me organizei e falei que tocaria essa parada com sangue no olho e foi massa. Tenho vivido coisas que aconteceram comigo há 15 anos, como mostrar um trabalho pela primeira vez, conquistar um público;, comenta.
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Na série de shows, Esdras Nogueira apresenta ao público o repertório dos dois trabalhos já lançados, Capivara (2014), em que faz uma homenagem ao artista Hermeto Pascoal, e NaBarriguda (2016), ambos de música instrumental. ;As pessoas pensam que música instrumental é uma coisa restrita, fechada e difícil. Mas eu busco fazer algo bem dançante e que interaja com as pessoas;, comenta.
Desde março, Esdras e os músicos passaram por locais como Belém, onde se apresentaram para mais de mil pessoas no Festival Sonido ; Música instrumental & experimental, Rio de Janeiro, São Paulo e até Alemanha, onde fizeram uma participação no Festival Jazzahead.
Após passar pelo Festival Bananada, em Goiânia, e fazer uma apresentação na semana passada em Planaltina, Esdras estará hoje em Ceilândia para um show ainda mais especial. Além de encerrar o ciclo da turnê, a apresentação dará origem a um material para um novo CD ao vivo.
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;É um disco que na verdade será uma junção dos dois últimos CDs e foi uma coisa que eu nem tinha imaginado, porque, inclusive, não estava no projeto do FAC. Aconteceu depois porque gostamos muito do resultado da turnê. Está tudo muito legal. As músicas estão mais redondas, estão melhores. É legal porque mostrará essa maturidade. Decidimos jogar essa liga que ganhamos na estrada em um disco;, completa o saxofonista.
Além do projeto Esdras Nogueira Quinteto, Esdras não para. Ele participa de outras iniciativas musicais, como a banda Consuelo, que está em preparação para gravação do primeiro CD no segundo semestre, e o grupo Sr. Gonzales Serenata Orquestra, ao lado de André Gonzales, também do Móveis Coloniais de Acaju. ;Acho que estou sempre envolvido com a música da cidade, porque é importante sempre tocar algum projeto, começar outro. É importante para o crescimento musical. Acho que Brasília é uma cidade rica musicalmente. Temos uma cena instrumental, grupos ótimos. Na verdade, é interessante perceber que os últimos discos que comprei eram todos de artistas de Brasília;, analisa.
Duas perguntas | Esdras Nogueira
Qual balanço você faz da turnê?
Foi muito bom e é importante fazer esses shows como uma forma de apresentar meu trabalho para um público legal. Tocamos em festivais, casas de shows. Sou muito grato de ter sido contemplado pelo FAC. O legado desse projeto é que agora já estão aparecendo outros shows. Foi um ;start; para esse momento da minha carreira.
Como foi seguir com esse projeto após o fim do Móveis Coloniais de Acaju?
O Móveis acabou no ano passado e eu já tinha essa carreira solo. Não fazia muitos shows porque a rotina não permitia. Todo recomeço tem uma dificuldade inicial. Tenho vivido coisas que aconteceram comigo há 15 anos, como mostrar um trabalho pela primeira vez, conquistar um público.
SERVIÇO
Esdras Nogueira Quinteto
Sesc Ceilândia (QNN 27, Lt. B, Ceilândia Norte). Hoje, às 20h. Gravação do CD ao vivo de Esdras Nogueira Quinteto. Entrada franca. Classificação indicativa livre.