Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Michel Teló apresenta musical 'Bem Sertanejo' na capital

Cantor e compositor chega a Brasília com espetáculo que mostra como o gênero musical se modernizou e ganhou o país

Michel Teló alcançou o patamar mais alto na música sertaneja em 2008, quando Ai se eu te pego, o seu primeiro single, se transformou num grande hit no Brasil e em várias partes do mundo. Hoje, um dos nomes de maior evidência na cena pop do país, o cantor, compositor e multinstrumentista foi jurado do programa The voice Brasil, apresenta um quadro no Fantástico e desde abril é protagonista do espetáculo Bem sertanejo, que conta a história desse gênero musical.

O paranaense deu início à trajetória em Mato Grosso do Sul, comi integrante do grupo Tradição. Em seguida se lançou em vitoriosa carreira solo. Com seis discos lançados, milhares de cópias comercializadas e incontáveis shows pelo país, Michel superou estrelas internacionais como Madonna e Coldplay na parada de sucessos da famosa revista norte-americana Billboard.

No musical Bem sertanejo, dirigido por Gustavo Gasparani, o cantor está à frente de um elenco de 10 atores e cantores e de uma banda formada por oito músicos. A peça já apresentada em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro, está em cartaz aqui na capital, no Centro Internacional de Convenções do Brasil. As sessões são hoje, às 17h e às 21h, e amanhã, às 20h


SERVIÇO
Bem Sertanejo

Espetáculo protagonizado por Michel Teló, à frente de grande elenco e banda, sob a direção de Gustavo Gasparani. Hoje às 17h (sessão extra) e às 21h; e domingo, às 20h. No Centro Internacional de Convenções do Brasil (próximo à Ponte JK). Ingressos: R$ 220 (cadeira premium), R$ 180 (cadeira central), e R$ 50 (cadeira superior promocional). Meia entrada para estudantes e pessoas com idade a partir dos 60 anos. Classificação indicativa livre.

Entrevista/ Michel Teló

Quando o cantor, compositor e acordeonista descobriu que poderia investir em outras funções ligadas à música, como a de jurado do The voice e apresentador de quadro do Fantástico?
Tudo o que envolve música, me interessa. O convite para o The voice foi maravilhoso. É uma honra poder estar ao lado dos jurados e poder conhecer tantos talentos espalhados pelo Brasil. E o quadro do Fantástico é um projeto meu muito antigo, um sonho. Não quero investir na carreira de ator ou de apresentador, mas qualquer projeto interessante sobre a música me chama a atenção.

De que forma você se preparou para exercê-las?
Em relação ao quadro, eu encarei como um bate-papo com os amigos, pois não me considero um apresentador ou um entrevistador. Estava lá com os amigos, falando de música sertaneja e cantando com cada um deles.

Agora vem também atuando como ator no musical Bem sertanejo. Sente-se confortável ao representar?
Foi um desafio muito grande porque em um musical, não é só chegar lá e cantar. Tem as marcações de palco, o timing de cada ator, a coreografia, os textos. Foi muito tempo de ensaio, mas estou me divertindo muito.

Sentiu-se à vontade dividindo a cena com cantores e atores com larga experiência em musicais?
Está sendo muito gratificante. É uma honra poder estar ao lado de tanta gente boa. Eles me receberam muito bem. A gente troca muita coisa.

O título do espetáculo é o mesmo do quadro na televisão. A sugestão foi sua?
Na verdade, a ideia do musical veio em cima do quadro. A produtora me procurou com a proposta de fazer um espetáculo e eu topei na hora. É uma extensão do meu sonho.

Qual foi sua contribuição para para a criação do roteiro e a escolha do repertório do musical?
Eu queria, na realidade, que o musical contasse a história de forma verídica e com todo respeito que a música sertaneja merece. Eu fiz questão de que o projeto contemplasse a história desde lá de trás com Cabloca Tereza, Chico Mineiro e todos os clássicos, até Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano e como que a guitarra e o contrabaixo entraram no sertanejo. O diretor Gustavo Gasparani foi brilhante na criação do roteiro.

O repertório é bem abrangente. Acredita que ele seja suficientemente representativo desse segmento?
Acredito que sim. São vários nomes grandes e importantes. Seria impossível colocar todos no roteiro. Mas acredito que a música sertaneja está em representada.

O Bem sertanejo quis aproveitar o bom momento que esse gênero musical vive no país ou a ideia é mostrá-lo como uma das vertentes da cultura popular do Brasil?
Eu tenho esse sonho há muito tempo. A ideia é contar a história da música sertaneja e de como ela soube se modernizar. Como ela soube se adaptar do rural para o urbano, agregar instrumentos, evoluir sem perder a essência. Meu projeto inicial era um documentário simples, com tudo isso. Mas, graças a Deus, o projeto cresceu, a ideia, virou um quadro, que virou um DVD, que virou um livro, que virou uma turnê minha e agora um musical.

Ter alcançado um alto patamar na música brasileira lhe basta ou ainda está em busca de outros desafios?
Estou sempre querendo fazer novas parcerias, sempre querendo buscar ideias e projetos relacionados com a música. Não consigo ficar acomodado.

A música está ligada de forma intrínseca ao entretenimento ou acredita que ela pode contribuir para a transformação social?
Com certeza ela contribui para a transformação social. A música ultrapassa fronteiras, une as pessoas, diverte, claro, mas ela ensina muito também.