Saci-pererê, Curupira, Cuca e Iara são apenas algumas das criaturas mitológicas do folclore nacional que são apresentadas aos brasileiros logo na infância, na maioria das vezes, graças ao trabalho do escritor Monteiro Lobato. Desde o ano passado, dois projetos independentes usaram a internet para recriar as lendas folclóricas brasileiras.
;A visão do Monteiro Lobato ficou como uma visão clássica e que não poderia ser mexida. Mas o folclore é aberto. Comecei a repensar, buscar um lado oposto e trazer um respiro;, explica o ilustrador e designer Anderson Awvas. Ele é responsável pelo projeto Folclore Br: Uma nova visão, que repensa as lendas desde 2013, criando novas ilustrações das figuras mitológicas.
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Em janeiro deste ano, Anderson começou a publicar, em seu site oficial e no Facebook, uma nova série de ilustrações em que reproduzia cartazes de animações clássicas substituídas por personagens do folclore brasileiro. Procurando Nemo virou Procurando Sacy, enquanto A Pequena Sereia se tornou A Pequena Yara. ;Sei que estou indo contra a corrente. Mas esse último projeto mostrou que funciona. Eu queria cutucar a indústria e fazer uma provocação para que as pessoas pensassem o folclore de forma diferente. Por que não uma animação ou quadrinho?;, questiona.
O projeto ganhou tanta repercussão na web que o ilustrador chegou a receber propostas de transformar em animação, em filme e até em histórias em quadrinhos. Tudo isso logo após postar as imagens dos cartazes com sinopses dos supostos filmes. ;O projeto está estruturado na minha cabeça, falta o aporte financeiro e fazer. Minha ideia sempre foi transformar em quadrinho. Estou estudando maneiras de fazer isso;, completa.
Projeto Folclore BR: Uma nova visão
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Mitos de terror
Em 31 de outubro do ano passado, na mesma data em que se celebra o Dia do Saci no Brasil, o projeto Imaginário teve início no YouTube com a divulgação do primeiro episódio da websérie homônima. A produção foi criada e dirigida por Bruno Esposti em parceria com a produtora Visom Digital e diversos outros profissionais, entre eles, a brasiliense Tamara Barreto, diretora de fotografia do projeto. ;Sempre fui muito fã de American horror story e Porta dos Fundos, um dia pensei em um pequeno conto com início, meio e fim e gostei do resultado. Até que resolvi escrever outros contos que se completavam de alguma maneira;, revela Esposti.
A primeira temporada tem 10 capítulos e mostra 10 contos de horror protagonizados por personagens do folclore do Brasil, como Saci e Iara. ;Por que não investiram no folclore brasileiro até hoje? O legal dessas lendas é que elas são contadas dentro do nosso país e nós conhecemos muitas delas desde pequenos. A ideia do Imaginário é brincar com o horror e o próprio material que temos aqui, de histórias que são passadas de geração para geração;, explica. Uma sequência do projeto ainda é um mistério, mas, segundo Esposti, existe a possibilidade. ;Ainda não posso revelar nossos planos;, afirma.
Projeto Imaginário
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; Duas perguntas / Bruno Esposti
Como foi o processo de transformar o folclore brasileiro em uma produção de terror?
Muito divertido. Eu nunca tive uma visão romântica dos mitos brasileiros. Eles, na verdade, me assustavam bastante. Então, comecei o processo de busca por referências e pesquisas sobre esses materiais, além do que eu já estava recriando nos roteiros.
Como vocês escolheram quais seriam as figuras que estariam na produção?
Havia alguns monstros mais clássicos que não podiam ficar de fora, como Saci e a Iara, por exemplo. Outros foram pesquisas informais nas redes sociais e no dia a dia com as pessoas perguntando sobre quais lendas elas mais tinham medo ou que mais se lembravam.
Confira os episódios da websérie
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