São Paulo -- A dupla Matheus & Kauan é natural de Itapuranga (GO), mas bem que poderia ser de Brasília a contar pela quantidade de shows e DVDs gravados na cidade. Só álbuns foram dois Face a face (2015) e Na praia (2016). Na última sexta-feira, os irmãos lançaram a segunda versão do projeto Na praia, este gravado na praia do Leblon, no Rio de Janeiro.
[SAIBAMAIS]Para lançar o projeto oficialmente, a dupla recebeu jornalistas e convidados no escritório da Vevo, em São Paulo. Lá, participaram de entrevistas, coletiva de imprensa e fizeram um pocket show para apresentar o repertório, que tem 18 canções inéditas, a maior parte delas de autoria de Matheus Aleixo.
Ao Correio, a dupla contou as novidades do álbum e também revelou o desejo de gravar outro DVD na capital. "A gente tem o projeto de fazer um DVD de 10 anos de carreira em Brasília", afirma Kauan. Confira a seguir a entrevista.
Vocês fizeram o primeiro Na praia em Brasília e decidiram fazer o segundo. Por que fazer uma segunda edição e por que, dessa vez, no Rio de Janeiro?
Matheus: Escolhemos o Rio de Janeiro justamente pela força do sertanejo lá em geral e pelo nosso projeto ter conquistado muita força no RJ. Pelo reggae que a gente fez no Na praia e na música Nosso santo bateu, as pessoas se identificaram muito, o carioca em si. E por ser uma cidade muito bonita. Todo mundo tem o sonho de gravar no Rio de Janeiro. A gente escolheu o cenário por ser uma praia de verdade, porque em Brasília a gente fez no Lago Paranoá. (risos) Então acho que foi mais por isso. Uma vontade própria nossa de gravar no Rio de Janeiro e foi um momento incrível.
Os artistas do sertanejo se inspiraram em outros ritmos. Estamos vendo a força do reggaeton, do funk e da sofrência da mulherada. O que vocês gostam de trazer para o sertanejo de vocês de diferente?
Kauan: A gente tem muita inspiração em música internacional, mas também MPB e o rock. O sertanejo hoje atende a esse lado bem mais pop do que era antigamente. Hoje se usa muito mais guitarra e instrumentos eletrônicos. O próprio Nosso santo bateu é um reggae que misturou com metais. Eram coisas que não se usavam muito no sertanejo. A gente escuta muito Coldplay e John Mayer, acho que esse tipo de música inspira muito a gente a criar coisa nova e ter melodias diferentes.
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Esse disco possui 18 músicas inéditas e grande parte é de autoria do Matheus. O que te leva a escrever tanto?
Matheus: Essa escolha da gente mesmo compor as músicas é uma coisa bem natural, porque a gente recebe bastante música também. Por isso a gente criou uma identidade muito forte. Desde o primeiro projeto as pessoas sempre esperam. É claro que a gente sempre tá mudando algumas coisas, trazendo coisas novas, mas a gente mantém a linha pop desde o começo. Então é uma vertente que já deu certo. E a gente costuma falar que em time que se está ganhando, não se mexe. Não que a gente não vá atrás de novidades. Esse DVD, na verdade, eu preferi me juntar com vários compositores que estão fazendo muito música boa e sentar com eles para escrever as músicas do projeto, do que recebê-las prontas, porque aí eu consigo colocar a pitada do Matheus & Kauan no meio e nunca sair da nossa identidade. Então esse DVD acho que tem 15 músicas nossas. Acho superimportante ter a nosso dedo também.
Além das inéditas, vocês trouxeram canções de outros discos. Por que regravá-las com novas roupagens?
Kauan: Todo artista quando faz um projeto é cobrado para ter uma música que fez história na carreira. Até hoje Zezé di Camargo & Luciano gravam É o amor em praticamente todos os DVDs que eles fazem. Acho que tem músicas que marcaram nossa carreira e que a gente sempre tem que gravar, nem que seja de um jeito diferente. São músicas que, como Nosso santo bateu e Decide aí, todas elas a gente gravou diferente.
Matheus: A gente muda um pouco também na verdade porque dá uma enjoada de cantar. A gente tá cantando todos os dias muitas vezes. Então a gente sempre dá uma roupagem diferente.
Vocês não são de Brasília, não tem nada a ver com a cidade, mas Brasília gosta demais de vocês. Gravaram mais de um DVD lá e sempre vão fazer shows que são sucesso de público. Na opinião de vocês, por que o público de Brasília gosta tanto de vocês?
Kauan: O nosso santo bateu. (risos) Brasília é pertinho do Goiás. Acho que realmente Brasília abraçou a gente de uma forma que nem a gente imaginava. Somos muito gratos a todo o nosso público de Brasília, temos vários fãs. A gente tem o projeto de fazer um DVD de 10 anos de carreira em Brasília.
Lembro de vocês no início da carreira fazendo a música para o festival Caldas Country e hoje vocês estão fazendo sucesso por todo o Brasil. Vocês imaginavam que conseguiram tudo isso naquela época?
Matheus: Jamais. A gente sonhava com isso, mas não imaginava que conseguiria. A gente sempre trabalhou e se esforçou bastante para isso acontecer, mas realmente temos que agradecer muito a Deus, a nossa família e nossos fãs, que foram as principais pessoas que nos deram força para gente chegar até aqui. Temos muita coisa para conquistar e vamos chegar a muito mais.
O que vocês ainda sonham?
Matheus: A gente já fez muita coisa que tem vontade no comecinho da carreira. Na verdade, os sonhos e os planos vão mudando no decorrer da vida da gente, porque a gente vai amadurecendo. O que a gente pensa para um próximo projeto do Matheus & Kauan é um DVD bem grande. Essa é a nossa vontade. É que depende de uma série de pessoas, gravadora, empresários. A gente tem vontade de gravar em um estádio, talvez, no Mané Garrincha ou no Alianz Parque, em São Paulo. Então temos vários sonhos que no decorrer do tempo começam a ficar mais fáceis de serem realizados.
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A carreira de vocês lembra bastante a da dupla Jorge & Mateus. Vocês se inspiram neles?
Kauan: Jorge & Mateus foram caras que com certeza nos inspiraram. Não é a toa que eles têm 10 anos de sucesso e são caras especiais demais. Não só nos inspiraram, mas como toda essa nova geração do sertanejo que está no mercado. São dois caras que são parceiros nossos e ficam muito felizes com nosso sucesso. Não é que é parecido, esse som pop que eles trouxeram a gente já deu uma mudada.
Na opinião de vocês, qual foi o motivo da virada do sucesso no sertanejo no Brasil todo?
Matheus: Eu acho que realmente pela renovação da música. Nós, por exemplo, nos preocupamos em trazer todos os gêneros para dentro de um só. É uma dupla sertaneja, mas tem muita gente que critica, principalmente o pessoal mais velho, que diz que a gente canta sertanejo mas não tem viola e canta reggae dizendo que não tem nada a ver. Acho que tudo na vida tem que renovar. A gente grava reggae, eletrônico, o que importa é se a música é boa e se a gente vê se vai tocar as pessoas. O poder da música tem muita força na vida das pessoas. A gente não fica muito bitolado a um estilo de música. Somos uma dupla que gosta de fazer música boa, não importa se é sertanejo ou reggae. Devido a isso atingiu vários lugares. O sertanejo nunca tinha ido até o Rio de Janeiro, onde predominava o samba. Então a gente juntou tudo isso em uma música só e acabou que entrou e hoje em dia graças a Deus a música sertaneja é um fenômeno por onde passa.
A repórter viajou a convite da Universal Music