Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Curso de Verão da Escola de Música está garantido

Suspensas no ano passado por conta de uma crise, as atividades serão retomadas em fevereiro


Depois de um impasse para acertar as datas e até de uma dúvida sobre se ocorreria ou não, o 38; Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília (Civebra) já tem dia para começar e inscrições abertas. As oficinas serão entre 9 e 22 de fevereiro e as inscrições ficam abertas até dia 3. No total, serão oferecidos 49 cursos divididos em 373 vagas, boa parte deles com professores da própria Escola de Música de Brasília, que organiza e oferece o curso.

É um alento para alunos de todo o Brasil acostumados a participar do evento, uma tradição no calendário nacional. No ano passado, o Curso de Verão ficou suspenso depois de uma crise entre professores e o então diretor, Ayrton Pisco, que acabou deixando o cargo. Agora sob a direção de Edilene Maria Muniz de Abreu, a EMB retoma a programação do Civebra. Por meio do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF), que proporciona maior autonomia de gestão, a escola vai investir R$ 1,63 milhão em reforma para receber os alunos.

;Esse orçamento já foi todo dividido, todo o planejamento do curso foi feito através de uma comissão composta por professores da escola, pela equipe da direção, supervisores e por membros da secretaria de educação como um todo. Agora, a maior parte do valor será investimento da escola por meio do PDAF;, diz Edilene. ;O grande diferencial é que os professores participaram efetivamente e concordamos que o curso seria emergencial por causa do que a escola estava vivendo.;

O dinheiro foi investido, principalmente, na reforma dos dois espaços de apresentação da escola. O Teatro da Escola de Música ganhou iluminação e ar-condicionado novos e o Teatro Carlos Galvão foi equipado com mesa e equipamento do som. As salas receberão pintura, os banheiros foram reformados e as instalações elétrica e hidráulica, revisadas.

;A escola está um canteiro de obras, e isso não só em prol do Civebra, é importante que se coloque, mas em prol dos professores e dos alunos;, avisa Edilene. ;Para que se ofereça um curso de verão, a gente precisa ter condições. Foi nisso que se pensou excepcionalmente este ano ao passar para fevereiro. E é isso que a secretaria de educação quer oferecer para todos. Não só para os que vêm de fora, mas para os alunos da escola também.;

Segundo Edilene, o 38; Civebra começou a ser organizado em outubro de 2016. A direção da escola também decidiu aproveitar os Postos Comunitários de Segurança, descartados pela Polícia Militar e destinados a serem queimados. Eles receberão rampas de acesso e vão se transformar em salas para aulas individuais e estudo.

Legado
Uma das queixas dos professores relacionadas ao Civebra é que raramente o investimento realizado para o curso deixava frutos para a escola. Muitas vezes, instrumentos e equipamentos eram alugados e devolvidos ao final das aulas. ;Para este ano, a secretaria de educação está investindo na escola, fazendo uma grande reforma para receber os alunos. Essa nova gestão é um recomeço para a escola, é uma reforma física e uma reforma da autoestima;, diz José Alberto de Almeida Júnior, professor de canto e coral e integrante da comissão responsável pelo Curso de Verão. ;Isso garante um Civebra com qualidade e um ano letivo bom para os alunos que vão usufruir.;

Outra mudança é no quadro de professores do curso. Este ano, a maioria corpo docente faz parte da própria EMB. Estrangeiros foram convidados para as aulas de grandes conjuntos, como bandas e orquestras. ;A proposta foi usar o máximo de professores da escola. Os de fora são os de grandes grupos, que trabalham com muitos alunos;, explica Almeida Júnior. Ao final, todos os alunos do Civebra terão passado pelas aulas dos convidados internacionais porque a prática de conjunto é obrigatória aos alunos do curso.

* Colaborou Rebeca Oliveira