Uma associação feminista convocou nesta quinta-feira (19/1) um protesto durante a cerimônia do prêmio César - o Oscar do cinema francês -, que será realizada no final de fevereiro, em Paris, contra a escolha do cineasta Roman Polanski, acusado de estupro nos Estados Unidos, a presidir a premiação.
O cineasta franco-polonês, diretor de "Tess - uma lição de vida", "O Pianista", "O Bebê de Rosemary", "Chinatown", entre outros, é acusado pela Justiça americana de ter violentado uma menor em 1977.
"Independentemente da qualidade da filmografia de Polanski, não podemos nos calar para o fato de que há 40 anos ele foge da Justiça americana", declarou à AFP Claire Serre Combe, porta-voz da associação "Osez le feminisme".
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A associação convocou um protesto para 24 de fevereiro, em frente à sala Pleyel, em Paris, onde será celebrada a 42; edição do César.
A escolha de Polanski é um gesto "indigno frente às muitas vítimas de estupros e agressões sexuais", avaliou a associação, criticando o que chamou de "tolerância social que ainda existe sobre o tema do estupro na França".
Nesta quinta-feira, um dia depois do anúncio de sua nomeação, foram recolhidas cerca de 5.000 assinaturas para forçar sua destituição da presidência do César.
Polanski foi acusado na Califórnia, em 1977, quando tinha 43 anos, de ter violentado uma adolescente de 13. O cineasta confessou ser culpado de "relações sexuais ilegais" com uma menor e fugiu dos Estados Unidos antes do veredicto.
Hoje com 83 anos, ele vive na França com a esposa, a atriz francesa Emmanuelle Seigner. Ele nunca retornou aos Estados Unidos.