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Leia entrevista com Ross Marquand, o Aaron de 'The walking dead'

Umas das séries mais populares do mundo, TWD exibe neste domingo (9/12) o último episódio da primeira parte da sétima temporada

Umas das séries mais populares do mundo, TWD exibe neste domingo (9/12) o último episódio da primeira parte da sétima temporada 

 

São Paulo —  A história do ator Ross Marquand com The walking dead é engraçada. Antes de entrar para o seriado, na quinta temporada, o norte-americano era só mais um fã da produção, que mostra a Terra num apocalipse zumbi. “Eu fui um fã por muitos anos antes de entrar na série”, explica. Até por isso, ele diz que entende perfeitamente o motivo de o seriado fazer tanto sucesso pelo mundo. “Problemas econômicos, sociais... As pessoas ao redor do mundo podem se conectar com isso. É um jeito de ilustrar o que temos na sociedade”, completa.


Marquand foi o único o ator de The walking dead presente na Comic Con Experience (CCXP), convenção nerd realizada em São Paulo. Durante o evento, ele participou de painéis, sessão de fotos e autógrafos e ainda recebeu a imprensa para o um bate-papo. Na conversa, falou sobre a sétima temporada, que teve 17,3 milhões de espectadores na estreia e apresentou mais sobre o vilão Negan (Jeffrey Dean Morgan) e o futuro da série, que terá o encerramento da primeira parte da temporada atual hoje, com exibição no mesmo dia dos Estados Unidos, a partir da 0h30, nos canais Fox. A segunda parte da temporada estreia em fevereiro.

Como é fazer parte de uma série como The walking dead?
Tive uma demonstração perfeita na CCXP quando eu cheguei de manhã e vi a reação das pessoas. Elas amam a série. Eu amo a série também. Eu fui um fã por muitos anos antes de entrar no elenco. Então, eu entendo. É uma série ótima e faz a imaginação das pessoas porque é sobre o caos da sociedade. Problemas econômicos, sociais... As pessoas ao redor do mundo podem se conectar com isso. É um jeito de ilustrar o que temos na sociedade. Acho que esse é um dos motivos de ser tão popular ao longo dos anos. E acho que as pessoas no Brasil, honestamente, são os fãs mais apaixonados e empolgados do mundo com a série.

Por que você acha os personagens da série fazem tanto sucesso?
Acho que as pessoas podem se relacionar com os personagens. Eles são fortes, fracos —  alguns ficam no meio desse caminho. Acho que elas podem se relacionar com as atitudes dos personagens. Elas se colocam no lugar de estar em uma situação de colapso da sociedade e imaginar como elas reagiriam.


Seu personagem é gay na série. Para você, qual é a importância de ter essa representatividade em um seriado tão famoso?
Eu acho que é importante. Eu e Robert Kirkman (criador dos quadrinhos e da série) conversamos muito sobre isso. Ele queria incluir na série pessoas homossexuais porque elas fazem parte da sociedade. Eu acho uma escolha inteligente incluir personagens LGBT. Se eles estão na vida real, por que não no mundo apocalíptico? Acho que é uma honra fazer esse personagem, que é uma pessoa tão boa e tão legal de trazer à vida. Me sinto muito honrado de interpretar o Aaron.

Você disse que era fã da série antes de entrar no elenco. Você leu as HQs também?
Eu li o máximo que pude porque queria entender o tom do personagem. Mas li até o momento em que Glenn morre nos quadrinhos. Para mim foi difícil, ele era um dos meus personagens favoritos das HQs. Então não li mais. Parar para mim, não foi apenas o fato de um personagem favorito ter morrido porque acho que isso é algo bom da série, mas para mim o problema foi que eu estava sabendo demais sobre a história. E como ator isso atrapalharia minha performance na série. Se você sabe demais, isso pode afetar.

O primeiro episódio da sétima temporada tem uma cena do último da sexta. Como foi voltar para gravar essa mesma cena após alguns meses de pausa?
Durante a gravação o elenco falou: por que não gravamos o fim da cena logo? Mas era o fim da temporada, então há algumas regras que você deve seguir. Os produtores disseram que não, que iríamos gravar novamente na sétima temporada. Então tivemos que voltar àquele momento. Eu, por exemplo, tive que me barbear, cortar o cabelo, voltar emocionalmente àquilo, o que foi muito difícil porque havia uma vulnerabilidade. Foi um desafio. Mas foi a melhor coisa que fizemos. Estou muito orgulhoso desses episódios. Acho que foi o melhor que fizemos na série.

 


Esse episódio teve duas mortes chocantes e tem a volta de Negan e Lucille. Como foi gravar uma cena tão aguardada?
Foi difícil também porque os colegas de trabalho são nossos amigos. Então ir até a emoção de presenciar uma morte de forma tão brutal várias vezes foi complicado, não foi engraçado. Tivemos que buscar aquele lugar obscuro várias vezes. Acho que foi o trabalho mais desafiador que tivemos que fazer em The walking dead. Andrew (Lincoln, ator que faz Rick) disse algo interessante, que nunca estivemos tão fortes enquanto grupo como naqueles dois episódios. Claro que depois daquelas cenas, todos os personagens descobrem um mundo novo, um novo jeito de viver, que é o mundo de Negan. Acho que alguns personagens estão levando isso melhor do que outros, mas é um mundo horrível. Não há como discutir com Negan —  ou é do jeito dele, ou você morre. Essa cena foi a última vez que o espectador verá o grupo de Rick realmente junto.

Negan é um personagem malvado, mas também é engraçado assisti-lo. É engraçado para você também?
Negan tem as melhores falas, assim como Eugene e Abraham. Eugene agora está mais estragado, afetado pelas ações de Negan. Porque os personagens não são mais as mesmas pessoas. É doloroso assistir ao Negan, mas ao mesmo tempo engraçado, porque Jeffrey traz esse lado que você não espera. Ele é um ator tão bom, que traz esse prazeroso senso de dor ao personagem. 

Como é trabalhar com Jeffrey Dean Morgan?
Ele é uma pessoa ótima. A reputação dele é verdadeira. Ele é muito profissional, um cara engraçado. Ele não é nada como Negan. Tem senso de humor. É um cara ótimo. É muito engraçado trabalhar com ele.

Sabemos que a presença de Negan mudou a série. Como isso afetou os personagens?
É uma temporada interessante porque, como vocês viram no primeiro episódio, tiveram vários fragmentos. Realmente é preciso contar essa história por diferentes perspectivas, para se ter a ideia de como cada um está lidando com essas trágicas mortes de personagens tão queridos.

O que podemos esperar da segunda parte da sétima temporada?
O que estamos descobrindo agora é que Rick e o grupo estão com dificuldade de assimilar o mundo de Negan. Os personagens vão aceitar esse mundo o melhor que eles puderem, se tornando pacifistas. Rick vai se tornar muito pacifista para aceitar esse mundo. Mas tem alguns personagens que não têm “estômago” para se encaixar nesse mundo. Eles terão que decidir: “nós nos rendemos a Negan ou lutamos contra?”. E acho que veremos esses dois lados.

Se o apocalipse realmente acontecesse, o que você faria na pele de Aaron?
Acho que Aaron é muito diplomata. Ele é bom para conversar com as pessoas. Ele é uma pessoa bastante razoável e tenta levar o melhor das situações, o que acho que é uma característica forte de se ter. Mas eu provavelmente seria mais violento. Acho que você tem que dar o benefício da dúvida para as pessoas, mas se elas continuam se mostrando más, não há segundas chances.

Zumbis
Walking dead é uma produção é inspirada em uma série de HQs, que retrata um mundo pós-apocalíptico. A história começa com o policial Rick Grimes acordando de um coma e tendo que lidar com as mudanças que ocorreram no mundo, agora dominado por zumbis. Apesar dos mortos-vivos, a história gira em torno de como os humanos sobrevivem nesse novo mundo, sem um poder óbvio. A série estreou nos anos 2000 e tem sete temporadas. A oitava sequência está confirmada para exibição em 2017.

The walking dead
Exibição do último episódio da primeira parte da sétima temporada. Neste domingo (11/12), à 0h30, no Fox Action e na Fox.