Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Evento coloca Ceilândia no mapa do breaking nacional

A 3ª edição do festival Quando as Ruas Chamam volta a celebrar a cultura hip-hop

Salve a Ceilândia! Salve o rap, o breaking e a feira central. Salve o Câmbio Negro e a rima de X, que atesta: ;Com o passar dos tempos, a periferia passa a ter voz. Não que não houvesse no passado, só que nós bboys éramos mais oprimidos que na atualidade;. E ninguém sabe disso como o dançarino Alan Jhone, que atende pelo nome de bboy Papel. Há alguns anos, ele foi convocado pelas ruas a colocar o breaking no calendário oficial de Ceilândia e atendeu o pedido. Entre os dias 9 e 11 de dezembro, a terceira edição do festival Quando as Ruas Chamam volta a fazer da nona região administrativa do DF a capital da dança de rua do país.

Nos moldes das edições anteriores, o consagrado evento promovido pelo Fundo de Apoio à Cultura (que levou o prêmio Breaking Latino Americano de 2015 e concorre novamente este ano) traz os bboys e bgirls que disputam a final de dança em oito categorias distintas ; nomes escolhidos a partir de vídeos, convites e eliminatórias. O festival busca não somente abarcar as competições, mas igualmente gerar visibilidade aos artistas participantes. Acima de tudo, quebrar paradigmas sociais que restringem o breaking a uma cultura de gueto. No decorrer dos três dias, a ordem se inverte e o Plano parte para a Ceilândia em busca de arte. A periferia pauta o centro.

E nem só de dança vive a quebrada. Quando as Ruas Chamam convocou uma crew responsa para somar. Além dos dançarinos, aparecem por lá nomes expressivos do rap, do grafite e do breaking, a exemplo dos DjsFlip Jay (CE), MF (SP) e Niko (SP), da rapaziada da Funqquestra e dos MCs Rodrigo OKZ e Banks, figura lendária da cultura hip-hop com 25 anos de estrada no movimento. E ainda rolam batalhas, galeria de fotos, a presença do rapper Japão (Viela 17) na abertura dos trabalhos e o empoderamento de quem representa o melhor da cultura de rua. Vai ferver.

Quando as Ruas Chamam

9 de dezembro (sexta-feira), exibição do vídeo Quando as Ruas Chamam, com a presença de Japão, às 10h, no Auditório do Campus Ceilândia da Universidade de Brasília. Nos dias 10 e 11 de dezembro (sábado e domingo), finais, batalhas e apresentações a partir das 13h, no Sesc Ceilândia.

[VIDEO1]