Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Patinação artística ganha cada vez mais destaque na capital

Jovens brasilienses demonstram cada vez mais interesse pelo aprendizado da prátoca, que se constrói entre a arte e o esporte

 

Entre os giros que demonstram a leveza e o ritmo de um dançarino e os movimentos rápidos, fortes e cheios de equilíbrio de um atleta, encontra-se a encanto pela performance dos patinadores artísticos. Além das habilidades técnicas e do domínio corporal conquistado pelos atletas que iniciam seu percurso sobre as rodas, está o aprendizado por um maior comprometimento, companheirismo e pontualidade.


A prática exige dedicação, treinamento e cuidados com o corpo, ferramentas que auxiliam na hora de exercitar a imaginação e executar da melhor maneira possível os saltos, piruetas e movimentos coreografados. O esporte com elementos de dança pode ser praticado por quem busca a rotina das competições ou o aprendizado e o equilíbrio sobre as rodas.

Nathalia Gasparini, de 30 anos, é professora na academia Alta Rotação e conta que a patinação é um amor antigo e a dedicação começou ainda na adolescência. Sua carreira como atleta durou pouco, já que quando começou a praticar, Brasília ainda não tinha um cenário forte na área.

 

 A patinadora se tornou então técnica e há oito anos está presente em competições regionais e nacionais, chegando aos campeonatos internacionais sul-americano e pan-americano. Para Gasparini, a patinação caminha entre a arte e o esporte. “É a mistura dos dois. A arte pela plasticidade do movimento, leveza, interpretação. E esporte pela força, explosão, potência que a atleta deve ter. Quando quem pratica entende que é preciso desenvolver os dois lados o futuro dentro do esporte lindo é longo. Para se tornar um bom patinador, a professora lembra que é preciso saber cair, levantar e tentar de novo.

O espetáculo deste fim de ano da academia contou com 150 participantes em cena, que patinaram e cantaram ao vivo para apresentar o musical Era uma vez… o mundo Disney sobre rodas. Foram 138 patinadores e 12 cantores da academia BSB Musical. “Na hora das apresentações  o atleta começa a patinar com o coração, ali o lado artístico é mais forte”, conta Nathalia. A cena em Brasília mostrou grande avanço nos últimos 5 anos. Em 2011, foi realizado na capital o Campeonato Mundial de Patinação Artística, despertando o interesse de mais pessoas pelo esporte. Atualmente, as quatro academias que disponibilizam aulas da modalidade contam com fila de espera.

O crescimento incentivou as patinadoras brasilienses a investirem mais em seus treinamentos, levando o grupo da Alta Rotação para o Pan-Americano de 2016. Dentro da patinação existem várias modalidades, entre elas, estão a de dança, livre, grupos de show e precisão, duplas de dança e levantamento ou quartetos. As irmãs Júlia e Luana Fontana Machado, com 9 e 12 anos, despertaram cedo o gosto pelos patins, começando os treinos na academia com 4 e 6 anos, respectivamente.

 



As duas meninas aumentaram cada vez mais a quantidade de treinos e ensaios durante a semana e, atualmente, já participam de competições nacionais e internacionais. “Eu me apaixonei pela patinação desde as primeiras aulas e, com a minha dedicação, logo passei a fazer parte da equipe da acemia”, conta Luana.

A pequena Júlia patina todos os dias, com folga somente nas sextas-feiras e levou ouro nas duas modalidades em que competiu durante o Pan-Americano de 2016. 

Aulas

Mostrando que Brasília revela cada vez mais força na patinação, a brasiliense Ana Júlia Albuquerque, aos 16 anos, também foi convocada para representar o país no Pan-americano de 2016. . “Treino de segunda a sexta, entre cinco e quatro horas por dia e ainda faço aulas particulares nos finais de semana. É preciso muita dedicação Considero a patinação como arte e esporte, sendo que o clima é bem diferente entre apresentações e campeonatos. Na apresentação não existe toda a cobrança e o nervosismo”.

 

 Enquanto isso, na academia Holly Dance, o técnico Paulo Roberto afirma que é preciso disciplina, assiduidade e força de vontade para progredir nas coreografias. Patinador há 35 anos, o técnico lembra que a patinação contempla a leveza presente em danças como o ballet, a força da ginástica artística e a dificuldade de sua execução em rodas.

Camila Araújo é técnica em patinação artística na cidade. Este já é o segundo ano em que seu grupo aposta no projeto Musical sobre rodas. “Um dos grandes destaques desse ano foi o corpo de baile masculino. Tivemos um recorde de participação deles em uma modalidade que é dominada pelas meninas”. A professora, que conquistou um título em copa internacional, lembra que neste ano Brasília teve duas equipes entre as quatro melhores do país.

A patinação artística é dividida em diversas modalidades individuais, de dupla ou de grupo e os patins utilizados para a patinação artística são os modelos de quatro rodas, com o freio na frente. A melhora no condicionamento físico faz parte da rotina e algumas manobras exigem força simultânea nas pernas, no abdômen e nas costas. O espírito de equipe, os treinamentos em grupo e a dedicação diária das patinadoras completam a prática, que caminha entre a arte e o esporte.

 

 Duas Perguntas para Camila Araújo

 

Há diferença no preparo para competições oficiais e para apresentações artísticas?

 

Com certeza. Nas competições, em geral, as atletas têm mais desafios técnicos e nas apresentações mais desafios artísticos. A maioria das competições são individuais, enquanto os solos nas apresentações são muito seletos e a maioria das patinadoras patinam em grupos. A exigência nas competições é mais elevada o que demanda uma carga de treinamento muito maior e uma maior dedicação da atleta individualmente. Mas a apresentação demanda um nível de responsabilidade maior, pois uma falta em ensaio significa um prejuízo para todo o grupo. Em geral, as atletas se dedicam de dezembro a agosto/setembro para as competições. Enquanto isso, são apenas 2 a 3 meses para ensaiar as apresentações, isso faz com que elas também se cobrem mais quando estão em nível competitivo, pois é muito trabalho para apenas 2 a 4 minutos de coreografia.

 

Pode-se considerar a patinação artística como uma prática entre a arte e o esporte?

 

Para mim, a patinação artística é uma mistura dos dois. Nos campeonatos vemos uma versão mais esportiva e, ainda assim, muito artística, onde as atletas são premiadas pela soma das notas técnicas e artísticas. Em competições temos os saltos e giros, mas também a música, a interpretação e os figurinos. Quando se fala das apresentações de academias, grupos e escolas, já é muito mais arte que esporte. Para elas, as atletas se dedicam a interpretar um personagem e encantar o público, a parte técnica, durante os espetáculos, é bem mais limitada e desafiadora.

 

 

» Onde praticar em Brasília

» Academia de Patinação do Iate Clube de Brasília
Setor de Clubes Esportivos Norte - Trecho 2 - Conjunto 4, SMI - Asa Norte

» Alta Rotação
SCES Trecho 2 Conjunto 17 AABB/DF – 3224-5207/99510704


» Hollydance Companhia de Patinação artística

 702 Sul - Colégio Dom Bosco

Brasília– 3443-0282

» Estúdio de Patinação Artística
SGAS 615 Bloco G L2 Sul, Colégio Cor Jesu – 98274-1211