Não fosse o fatídico 19 de janeiro de 1982, a maior estrela da MPB, Elis Regina, poderia estar, hoje em dia, a caminho dos 72 anos. Para matar as saudades ou até mesmo manter um primeiro contato com a obra, no caso dos jovens, a dica é conferir o passeio cinematográfico, em torno da carreira da gaúcha, inciada nos palcos cariocas, durante os anos de 1960. Em quatro dias de exibição, já foram 128 mil as pessoas interessadas na obra do cineasta estreante Hugo Prata.
Premiada como melhor atriz no Festival de Gramado, Andréia Horta encara a responsabilidade de recriar a trajetória da determinada cantora apelidada como Pimentinha. Para além da vontade de se afirmar como estrela independente, a Elis do filme (em que houve dublagem de números musicais) canta músicas consagradas, como Madalena e O bêbado e a equilibrista, tendo a vida pessoal esboçada nas relações amorosas (e de trabalho) com o produtor Ronaldo Bôscoli e o pianista e arranjador César Camargo Mariano. Vale por Elis, apesar de críticas pouco favoráveis ao filme.
[SAIBAMAIS]
Com o circuito rechaeado de cinebiografias ou documentários, é possível conferir hoje fitas como Cícero Dias, o compadre de Picasso e BR 716 (um recorte de ficção da vida do dramaturgo Domingos Oliveira), De Palma (documentário que esmiúça a vida do criador de Carrie, a estranha), Snowden ; Herói ou traidor?, do sempre polêmico Oliver Stone; e Pequeno segredo, que abarca boa parte da vida dos velejadores da família Schürmann.
Blockbusters
Ainda no universo que explora cinema e showbiz, há destaque para Viva, coprodução entre Cuba e Irlanda (em pré-estreia), que mostra um jovem assumindo desejos profissionais e de sexualidade, em conflito com o pai. Numa atmosfera dominada por blockbusters como Jack Reacher ; Sem retorno, Doutor Fantástico, Animais fantásticos e onde habitam e A chegada, há brecha para um filme espanhol, assinado por Isabel Coixet, em pré-estreia, Ninguém deseja a noite. Uma viagem para o Polo Norte, com uma mulher em busca do marido, no século 20, dá a partida na trama.
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Para quem busca atrações com entrada franca, o CCBB traz duas atrações, na Mostra de Cinema Nórdico: Helsinque, para sempre (às 18h30) e O guardião das causas perdidas (às 20h30). O primeiro registra uma cidade centenária finlandesa muito relacionada, ao longo de um século, com as artes e o outro trata do desaparecimento de uma política, com investigações que acumulam sujeira para baixo do tapete da sociedade escandinava.