Durante turnê de divulgação do longa Snowden - Herói ou traidor no Brasil, o diretor norte-americano Oliver Stone disse que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi um "golpe de estado". A afirmação foi feita em entrevista a Mauricio Stycer, colunista do Uol.
"Se você falar com o seu presidente, como é o nome dele, Temer? Ele não foi legalmente eleito, mas está lá. Eu acho que Dilma era um problema para eles. Ela era um alvo de vigilância... O envolvimento dela com a Petrobras... Quem sabe o que eles descobriram? Mas não conseguiram nada contra ela. A pegaram com uma acusação ridícula, uma acusação menor, e conseguiram o impeachment dela. E colocaram no lugar gente que não foi eleita. É verdadeiramente a definição de um golpe de Estado. E os Estados Unidos apoiaram, eles reconheceram o novo governo imediatamente", disse.
Stone também criticou a espionagem que a Agência de Segurança Nacional conduzia. "Eles [os EUA] estavam vigiando a Dilma, assim como muitos outros líderes. Essa informação vai para algum lugar, não fica lá guardada. É usada para destruir, mudar governos, grandes empresas, a Petrobras, empresas petrolíferas na Venezuela... Isso pode levar à guerra. Imagine: trata-se de um aliado seu. Como fica o Brasil? O "vírus" americano está aqui, nas suas estruturas e vocês não devem saber onde exatamente. Eu gostaria de saber o que os líderes mundias sabem sobre o chamado aliado (os EUA)"
O diretor elogiou ainda o jornalista Glenn Greenwald por seu trabalho e o grupo WikiLeaks ("eles mantém os países sob alerta"). O longa Snowden - Herói ou traidor conta a história de Edward Snowden, que em 2013 vazou informações secretas da Agência de Segurança Nacional dos EUA - entre elas, documentos que provaram que a agência monitorava ciberneticamente milhões de pessoas sem autorização do Congresso americano. O filme, que tem Joseph Gordon-Levitt no papel do hacker, estreou em setembro nos EUA.