Adélia Prado foi homenageada na abertura da III Bienal Brasil do Livro e da Leitura com a declamação de um de seus poemas. Recitado pela atriz Teresa Padilha, do grupo Mapati, os versos narraram a vida da poetisa de Divinópolis, que completa 80 anos e está no rol dos maiores poetas contemporâneos do Brasil.
Durante a cerimônia, Adélia falou sobre a condição humana, sobre as contradições que fazem do homem um ser ambíguo, capaz de amar e de odiar. "Sofremos, temos medo ódio inveja soberba orgulho e compaixão ternura desejos. Queremos ser amados", disse a poetisa.
Adélia falou ainda sobre a importância do amor na construção do ser humano e citou Guimarães Rosa: "qualquer amor já é um pouquinho de saúde. Viver é muito perigoso". E acrescentou: "e eu digo da minha parte, respirar é tão difícil". A poetisa lembrou que o ser humano não pode viver sem encontrar um sentido na existência. Ela se emocionou ao falar da importância da espiritualidade e dos valores simbólicos no cotidiano. "Precisamos de uma instância simbólica, da fé, de da arte, da poesia" disse.