postado em 20/10/2016 07:33
De 1996 a 2015, o crítico e professor de artes cênicas da Universidade de Brasília Fernando Marques escreveu uma série de ensaios sobre múltiplos personagens e temas do teatro. Os textos foram originalmente publicados em revistas, sites, jornais, inclusive no Correio. Com o título A província dos diamantes (Autêntica/Siglaviva), o livro será lançado, hoje, a partir das 19h, na Livraria Cultura (Shopping Iguatemi), com a participação dos professores Alice Stefânia, Rita de Almeida Castro e Rafael Villas Bôas. Eles lerão pequenos trechos dos artigos e participarão de uma conversa sobre teatro, antes da sessão de autógrafos.
Ao reunir os textos esparsos em livro, Fernando concebeu uma estrutura que funciona como introdução ao teatro, dividida em quatro blocos: gregos e latinos. De Shakespeare a Buchner, séculos 16 a 19; Teatro moderno, dos séculos 19 a 21: o texto teatral; Teatro moderno, dos séculos 19 a 21: interpretação e encenação.
Com isso, o livro propõe um passeio dos gregos a Shakespeare, de Ariano Suassuna a Nelson Rodrigues, de Ibsen a Martins Pena, de Oswald de Andrade a Beckett, de Pirandelllo a Brecht, dos atores aos encenadores, de Procópio Ferreira a Gianfrancesco Guarnieri, da Companhia Latão a Hugo Rodas: ;Esse livro foi organizado de maneira a ser útil nas faculdades de literatura e artes cênicas;, comenta Fernando Marques: ;Além da introdução aos grandes autores do teatro, trato do Caio Fernando de Abreu dramaturgo, que pouca gente conhece. Também faço um rápido panorama sobre o teatro musical e passo também pela experiência de encenação de Augusto Boal.;
Fernando tem como referência a tradição de grandes críticos brasileiros, formada por Sábato Magaldi, Barbara Heliodora e Yan Michalski: ;Eles ilustram o caminho que vai da redação de jornal para a academia;, observa Fernando.
Ele reconhece a perda de espaço e de prestígio do grande crítico como formador do público e referência na criação teatral, mas não considera que isso seja necessariamente ruim: ;Os jornais e revistas concedem menos espaços para a crítica teatral;, comenta Fernando. ;Porém ela migrou para a internet, ás vezes em site do próprio jornal. É um período de transição em que as coisas não estão ainda muito claras. Talvez a crítica volte a exercer influência em uma nova configuração. As pessoas competentes são formadoras de opinião entre outras. Existe um número maior de pessoas exercendo a avaliação e talvez isso possa ter um efeito democratizante. Mas estamos em uma época de redefinição, nada é muito nítido;.
Em relação ao panorama da produção brasiliense, Fernando lembra que, apesar da precariedade dos meios materiais, Brasília continua mantendo uma produção importante: ;Talvez devêssemos ter meios de reflexão para reconhecer a relevância do que está ao nosso lado, sem ficar na dependência do aval de fora da cidade;.
A província dos diamantes ; Ensaios sobre teatro
Lançamento, hoje, a partir das 19h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi.
Ao reunir os textos esparsos em livro, Fernando concebeu uma estrutura que funciona como introdução ao teatro, dividida em quatro blocos: gregos e latinos. De Shakespeare a Buchner, séculos 16 a 19; Teatro moderno, dos séculos 19 a 21: o texto teatral; Teatro moderno, dos séculos 19 a 21: interpretação e encenação.
Com isso, o livro propõe um passeio dos gregos a Shakespeare, de Ariano Suassuna a Nelson Rodrigues, de Ibsen a Martins Pena, de Oswald de Andrade a Beckett, de Pirandelllo a Brecht, dos atores aos encenadores, de Procópio Ferreira a Gianfrancesco Guarnieri, da Companhia Latão a Hugo Rodas: ;Esse livro foi organizado de maneira a ser útil nas faculdades de literatura e artes cênicas;, comenta Fernando Marques: ;Além da introdução aos grandes autores do teatro, trato do Caio Fernando de Abreu dramaturgo, que pouca gente conhece. Também faço um rápido panorama sobre o teatro musical e passo também pela experiência de encenação de Augusto Boal.;
Fernando tem como referência a tradição de grandes críticos brasileiros, formada por Sábato Magaldi, Barbara Heliodora e Yan Michalski: ;Eles ilustram o caminho que vai da redação de jornal para a academia;, observa Fernando.
Ele reconhece a perda de espaço e de prestígio do grande crítico como formador do público e referência na criação teatral, mas não considera que isso seja necessariamente ruim: ;Os jornais e revistas concedem menos espaços para a crítica teatral;, comenta Fernando. ;Porém ela migrou para a internet, ás vezes em site do próprio jornal. É um período de transição em que as coisas não estão ainda muito claras. Talvez a crítica volte a exercer influência em uma nova configuração. As pessoas competentes são formadoras de opinião entre outras. Existe um número maior de pessoas exercendo a avaliação e talvez isso possa ter um efeito democratizante. Mas estamos em uma época de redefinição, nada é muito nítido;.
Em relação ao panorama da produção brasiliense, Fernando lembra que, apesar da precariedade dos meios materiais, Brasília continua mantendo uma produção importante: ;Talvez devêssemos ter meios de reflexão para reconhecer a relevância do que está ao nosso lado, sem ficar na dependência do aval de fora da cidade;.
A província dos diamantes ; Ensaios sobre teatro
Lançamento, hoje, a partir das 19h, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi.