Festa da salsicha, em cartaz nos cinemas, mostra a agitada vida de salsichas, repleta de flertes, drogas, sexo, palavrões e outros temas nada indicados para o mundo infantil. Tudo isso em um filme de animação. O longa traz, mais uma vez, a questão: afinal, animação é sempre coisa de criança? A resposta, cada vez mais para o mercado, é não. Para especialistas, filmes animados transcendem a limitação e podem oferecer muito mais do que só histórias para os pequenos.
;As animações são vistas como algo voltado ao público infantil porque a maioria das produções é feita para esse público;, explica o coordenador de desenvolvimento da escola de animação Saga, Lucas Silva. ;Porém, isso não limita as possibilidades. Existem diversas animações focadas no público adulto, com roteiros complexos e que foram premiadas;, completa.
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O animador cita casos como do longa japonês Viagem de Chihiro, animação que conquistou reconhecimento com conteúdo voltado para um público mais velho. O filme venceu o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim e o Oscar 2003 de melhor longa-metragem de animação com um enredo que fala de perdas e um mundo de deuses.
Se há animações especificamente feitas para crianças e outras para adulto, ele destaca também produções que atingem os dois públicos. Animações da Pixar, como Wall-E e Divertida mente, fazem parte desse grupo. ;Em Wall-E, enquanto para as crianças ela encanta por causa do visual e dos robôs com aspecto ;fofinho;; para os adultos, ela traz um discurso bem mais complexo de sustentabilidade e poluição global;, aponta.
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A ideia de que animação é um produto apenas para crianças é fruto de preconceito, acredita Lucas. ;E isso não é verdade. Akira é uma animação japonesa da década de 1980 que tem temática adulta e visual agressivo, não apropriado para crianças, e foi premiada. Até hoje é referência e inspiração para diversos filmes e séries;, justifica. ;Conforme o tempo passa, certos preconceitos vão sendo quebrados e esse ramo é mais explorado. Hoje, o público adulto assiste a muito mais animações do que há 10 anos;, assegura.
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