Um arsenal de informações tecidas num formato instigante: a combinação de meios audiovisuais, sem desprezo por didática e encantamento. A mostra VerCiência, chega à 22a edição recheada por 51 programas de oito países. A programação promete passeio por descobertas e pela tecnologia.
Multiplicado em 10 locais da capital, o evento tem entrada franca. Hoje, às 16h, o VerCiência, em muito concentrado no Planetário de Brasília, terá sessão de Por que estamos engordando tanto. Produzido pela BBC, o documentário enfoca o excesso de peso corrente no mundo contemporâneo. Diante do número crescente de obesos, o filme põe em xeque o conceito de que a solução para o problema se sirva do senso comum do ;basta comer menos;. Os distúrbios atuais são muito mais complexos.
Ainda no Planetário, será possível conferir Hackers de memórias (amanhã, às 16h) e Por dentro da mente de Einstein (quinta, às 16h). O primeiro expõe conhecimentos de neurocientistas acerca das lembranças, escritas e reescritas, e acessadas por métodos particulares, em cada indivíduo. Em pauta estão ainda os processos moleculares inerentes à capacidade de memória. Noutro campo de difusão do saber, Por dentro da mente de Einstein apresenta caminhos, inclusive intuitivos, que levaram o homem à proposição da agora centenária Teoria da Relatividade.
A VerCiência promete incorporar métodos estimulantes para o repasse de temas ligados à alimentação (um enfoque concentrado, nesta edição) e ao escoamento da reconhecida excelência documental da BBC inglesa, além de privilegiar aspectos tocantes ao corpo e à mente dos homens.
Quarta-feira, por exemplo, às 12h30, o Centro de Visitantes da Água Mineral terá a projeção da obra A verdade sobre a comida. O filme revela os efeitos da alimentação no ser humano, contando da absorção de nutrientes ao impacto deles, no funcionamento de organismos.
Dois títulos com forte apelo, dentro do panorama que chegará a vários pontos do Distrito Federal, inclusive ao Instituto de Física da UnB e à coordenação da Regional de Ensino do Gama (CEM 01, 02, CEMI e Escola Classe 29), são Curando o Alzheimer e Como permanecer jovem. Atração do Museu de Anatomia Humana da UnB (Auditório 3 da Faculdade de Saúde), Curando o Alzheimer (quinta, às 13h) está presente numa verdadeira maratona estendida, no local, entre 9h e 17h (com mudança de programa, a cada hora).
Curando o Alzheimer se detém no uso de métodos que impedem a destruição de células do cérebro e no aniquilamento da proteína associada à doença. Noutro âmbito ligado à expansão da expectativa de vida, Como permanecer jovem (amanhã, às 14h, no Auditório do campus da UnB de Planaltina) traz técnicas internacionais como a difundida na Alemanha, e que emprega exercício físico específico, ou a do retardamento da velhice, por meio de dieta norte-americana.
; Duas perguntas // José Renato Monteiro
Quais filmes trazem dados novos e que supreendem?
Destacaria Curando o Alzheimer e Por que estamos engordando tanto? e mais Hackers de memórias. Todos tratam da questão mais presente no nosso cotidiano: saúde e qualidade de vida. A surpresa revelada é de que o Alzheimer pode vir a ser percebido, com 15 anos de antecedência; que no Reino Unido se gastam 11 bilhões de libras com regimes alimentares; e que não é impossível hackear nossas memórias.
Quais tem sido os maiores focos de interesse dos espectadores?
Além de saúde e qualidade, os temas das nossas origens (desde o início do Universo até a formação dos humanos), das tecnologias que nos atendem no dia a dia e a questão ambiental (preservação dos recursos naturais, alimentação natural, energias renováveis). As pessoas esperam que a ciência as faça se sentir em casa, reconhecendo quem somos, de onde viemos e para onde vamos.