<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/09/20/549431/20160919182050154889u.jpg" alt="Ziraldo e sua turma: sucesso editorial desde a criação, no fim dos anos 1950" /> </p><p class="texto"> </p><p class="texto"><em>Ziraldo Alves Pinto, mineiro de Caratinga, gosta de escrever uma história pelo fim. Monta o enredo com o esmero de um artesão, ;sem se esquecer de assoviar jamais;. Reverenciado como um dos principais escritores e ilustradores brasileiros, mestre Ziraldo traz a Brasília um time de personagens criados no fim dos anos 1950, a Turma do Pererê, em cartaz até 27 de novembro. A exposição Pererê do Brasil narra a trajetória de Pererê e seus amigos que viviam (e ainda vivem) da mítica Mata do Fundão. Das tradicionais HQs aos quadrinhos animados digitalmente, o universo genuinamente brasileiro criado por Ziraldo estará nas galerias da Caixa Cultural. Ao Correio, Ziraldo fala sobre o processo criativo e garante que criança é criança em qualquer lugar do mundo.</em><br /><br /><strong>A Turma do Pererê foi criada no fim dos anos 1960, período do pós-guerra em que os ;heróis; americanos começavam a a invadir nossas bancas de jornal. O Pererê foi uma reação a isso?</strong><br />Há algum tempo, fazíamos histórias em quadrinho no Brasil. O Pererê surgiu numa época de reação ao imperialismo. Era um momento romântico. Para se ter uma ideia dessa ingenuidade, a Rede Globo queria incluir o Pererê e sua turma na programação, mas com o patrocínio da Coca-Cola, e eu não aceitei. Podia ficar rico, mas não aceitei (risos). Além de brasileiros, a maioria dos personagens tinha uma atitude antiamericana. Era um momento em que também surgia a bossa nova, o poema processo, o teatro político, essa brasilidade toda. O Pererê é resultado disso.<br /><br /><strong>Como é seu processo criativo hoje? Você continua assoviando enquanto desenha?</strong><br />(Risos) De onde você tirou isso? (risos). A minha filha fez um prefácio de um livro meu dizendo que eu enchia a casa com o barulho do meu assovio e com o arrastar dos chineles (risos) do corredor até o estúdio. Eu assovio o dia todo. É um toque, né? (risos). Mas assoviar não tem nada a ver com o processo criativo. É muito difícil explicar. É uma questão de embocadura. Demora um pouco, mas quando você pega a embocadura você vai embora. Veja o exemplo do poeta Manoel de Barros, a sintaxe dele é uma embocadura presente em todo os seus versos. Ou seja, não existe inspiração, existe embocadura (risos).<br /><br /><strong>Nos dias de hoje você acrescentaria qual personagens à Turma do Pererê?</strong><br />Não acrescentaria nenhum. Inventaria histórias, simplesmente. Aliás, eu vou criar novas histórias, pois temos um projeto de renascer os personagens do Pererê. Certa vez, meu irmão, Ziralzi, conseguiu vender o Pererê para uma editora francesa. Gostaram da cena tropical, mas a única exigência que eles fizaram foi colocar duas pernas no Pererê (risos). Os cinco bichos amigo dele são todos ligados às histórias brasileiras da carochinha: a onça, o tatu, o macaco, o jabuti e o coelho. Com esses cinco fiz um universo particular. Criei um temperamento para cada e depois foi fácil desenvolver a trama (uma questão de embocadura).</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/diversao-e-arte/2016/09/18/interna_diversaoearte,218342/stan-lee-o-heroi-americano.shtml">aqui</a> para assinantes. Para assinar, clique<a href="http://assineja.correioweb.com.br/"> </a><a href="http://assineja.correioweb.com.br/">aqui</a>. </p>