Incerteza diante de um mundo que vive desafios econômicos, sociais, políticos e ambientais. Mas também a constatação de que a incerteza é a condição humana em qualquer época. O que a arte, acostumada a lidar com o imprevisto e o desconhecido, tem a dizer sobre isso? É essa indagação que fundamenta a exposição Incerteza viva, tema da 32; Bienal de São Paulo, que será aberta hoje para convidados. A mostra apresenta trabalhos de 81 artistas ou coletivos de 33 países. A curadoria é do historiador alemão Jochen Volz e dos cocuradores Gabi Ngcobo (África do Sul), Júlia Rebouças (Brasil), Lars Bang Larsen (Dinamarca) e Sofía Olascoaga (México).
É o próprio Jochen Volz quem avisa que é preciso separar incerteza das ideias só de medo e de crise. E que o interesse dele é por uma nova compreensão dos fatos num momento em que tudo e todos os modelos parecem solicitar uma revisão radical. O que, explica, já vem sendo feito pela ciência, a filosofia e outros saberes e está proporcionando o surgimento de uma nova consciência da vida no mundo. Volz acredita que a arte pode e deve participar desse processo. Por isso mesmo, a seleção dos artistas espraia-se afetuosamente por todas as regiões do planeta, com olhar universalista, procurando obras e autores cujos trabalhos possam provocar, fazer refletir e oferecer outros horizontes para o público.
A maioria é de criadores que nasceram nos últimos 30 anos e que viveram, na pele, as possibilidades e dramas da globalização. Uma turma que cresceu no clima de tudo agora ao mesmo tempo e que agora revê o mundo com jeitão lúdico, às vezes bem-humorado, mas também muito crítico, com sua singular mistura de pop e arte conceitual. O desafio da mostra vai ser como apresentar uma arte que reflete excesso de tudo, inclusive de informação.
32; BIENAL DE SÃO PAULO - INCERTEZA VIVA
Curadoria de Jochen Volz e dos cocuradores Gabi Ngcobo (África do Sul), Júlia Rebouças (Brasil), Lars Bang Larsen (Dinamarca) e Sofía Olascoaga (México). Trabalhos de 81 artistas ou coletivos de 33 países. De 10 de setembro a 11 de dezembro de 2016. Pavilhão da Bienal, Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera, Portão 3, (11) 5576-7600. Terças, quartas, sextas, domingos e feriados, das 9h às 19h (entrada até as 18h). Quintas e sábados, das 9h às 22h (entrada até as 21h). Fechado às segundas. Entrada franca.
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