Assim quem o Cena Contemporânea teve início, o curador Alaôr Rosa disse que esta edição contaria com a descentralização do evento, chegando a diferentes regiões administrativas do Distrito Federal, e também seria composto por uma tendência de companhias e coletivos que buscassem novos locais para transformá-los em palco.
Ao todo, foram seis RAs contempladas com espetáculos locais, nacionais e internacionais exibidos com entrada gratuita. Além disso, o Cena mostrou que o palco pode ser desde a rua, como na encenação da performance Cegos, na Esplanada dos Ministérios, que levou atores do Laboratório de Práticas Performativas da Universidade de São Paulo sujos de lamas vendados nos olhos fazendo uma referência à cegueira dos detentores dos poderes no Brasil, até o galpão de uma empresa em Taguatinga, que foi o espaço escolhido pelo Teatro da Vertigem para encenar o espetáculo O filho, inspirado em Carta ao pai, de Franz Kafka.
;Essa questão da espacialidade foi um viés do Cena Contemporânea. Teve espetáculo num barco, numa casa, na rua... Essa multiplicidade de lugares e da dramaturgia da arquitetura foi algo que a curadoria buscou. É importante do festival como esse trazer essas tendências que dão vitalidade ao fazer teatral, que é algo que a cidade vem amadurecendo;, analisa Márcio Menezes, diretor do espetáculo Para Mahal, que foi encenado dentro de um barco flutuante no Setor de Clubes Sul, e consistia em um texto baseado na obra de Hilda Hilst interpretado pelo Coletivo Tombado (DF).
Outros locais inusitados usados durante o festival foram a boate Star Night, no Setor Comercial Sul, que serviu de palco para Kassandra e ainda uma casa no Lago Norte, local escolhido para exibir odiseo.com, obra com elenco argentino, brasileiro e chileno, que discutia as práticas mediadas nos relacionamentos.